Descoberta de novo tipo de supernova revela mistério milenar

Cientistas descobriram um novo tipo de supernova, ou explosão estelar, que oferece uma diferente visão sobre o intenso ciclo de vida das estrelas.
Sputnik

A explosão estelar aconteceu em março de 2018, a aproximadamente 31 milhões de anos-luz da Terra, e foi observada pelo Telescópio Hubble, que conseguiu registrar a estrela enfraquecida antes da explosão.

A nova pesquisa, focada na supernova 2018zd, confirma uma previsão feita pelo astrônomo da Universidade de Tóquio, Japão, Ken'ichi Nomoto, há mais de 40 anos.

O novo tipo é a chamada "supernova de captura de elétrons", um corpo celeste que teria como progenitoras as estrelas maciças de ramos gigantes superassintóticos.

Descoberta de novo tipo de supernova revela mistério milenar

Daichi Hiramatsu, estudante de pós-graduação da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, EUA, liderou a equipe de pesquisadores que reuniu dados sobre a supernova 2018zd durante dois anos após ela ter sido observada pela primeira vez.

A teoria de Nomoto sugere que estas supernovas carregam uma assinatura química incomum depois de ocorrer, o que os pesquisadores observaram nos dados da 2018zd.

Além disso, o fenômeno atendia outros cinco critérios da teoria de Nomoto para um novo tipo de supernova, incluindo a forte perda de massa antes da supernova, uma explosão fraca, baixa radioatividade, um núcleo rico em elementos como oxigênio, neon e magnésio, e uma estrela maciça de ramos gigantes superassintóticos, que são estrelas raras, vermelhas gigantes, velhas e inchadas.

A partir desta descoberta, os cientistas conseguiram traçar uma relação entre o 2018zd e uma supernova medieval da Via Láctea que, em 1054 d.C, apresentava tamanho brilho que pôde ser observada durante o raiar do Sol ao longo de 23 dias e, à noite, por quase dois anos.

O remanescente ficou conhecido como Nebulosa do Caranguejo e, até então, era a candidata mais próxima de uma supernova de captura de elétrons, mas, em parte, pois a explosão ocorreu há quase mil anos, e a associação ainda era incerta.

Para Andrew Howell, cientistas da equipe do Observatório Las Cumbres, também na Califórnia, a supernova fornece detalhes inéditos sobre como estrelas de nêutrons são formadas, vivem e morrem.

"[A supernova] está nos ajudando a associar uma coisa que não entendemos totalmente, a associação entre a Nebulosa do Caranguejo a outras coisa da qual temos registros modernos incríveis, como esta supernova", avaliou.

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