'Menor dinossauro do mundo' é afinal uma espécie de 'lagarto muito estranha', revela estudo (FOTOS)

Em 2020, paleontólogos descreveram uma antiga espécie chamada Oculudentavis khaungraae tendo como base um minúsculo crânio do período Cretácio conservado em um pedaço de âmbar encontrado em Mianmar.
Sputnik

Diversas características incomuns fizeram com que os cientistas determinassem a descoberta como o menor dinossauro já encontrado, semelhante a um pássaro comparável aos beija-flores.

Em um novo artigo publicado na revista Current Biology, pesquisadores descreveram um espécime mais completo que demonstra que Oculudentavis é, na verdade, um lagarto bizarro, relata portal Sci-News.

A espécie de réptil recém-identificada recebeu nome de Oculudentavis naga, e é representado por um esqueleto parcial composto por um crânio perfeitamente preservado em âmbar de 99 milhões de anos, no qual podem ser vistas escamas e tecidos moles.

Arnau Bolet, pesquisador da Universidade de Bristol (Reino Unido) e da Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha) e a sua equipe usaram escaneamento de tomografia computadorizada para separar, analisar e comparar digitalmente cada osso dos dois espécimes, revelando várias características físicas que caracterizam os pequenos animais como lagartos.

"No início, o espécime confundiu a todos porque se fosse um lagarto, seria bastante incomum", disse Bolet.

As principais pistas que ajudaram a identificar que o animal misterioso era um lagarto incluíam a existência de escamas, dentes ligados diretamente à mandíbula em vez de serem fixados em cavidades (tal como eram os dentes de dinossauros), estruturas dos olhos e ossos de ombro semelhante as de um lagarto.

No espécime melhor preservado de Oculudentavis naga, os pesquisadores também conseguiram identificar uma crista levantada ao longo da parte superior do focinho, assim como um pedaço de pele solta sob o queixo que poderia ter sido inflada pelo animal.

"É um animal muito estranho. É diferente de qualquer outro lagarto que temos atualmente. Consideramos que representa um grupo de squamatas [ou escamados] que desconhecíamos", disse Juan Diego Daza, pesquisador da Universidade Estadual de Sam Houston, nos EUA.

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