Irã produziu cerca de 114 kg de urânio altamente enriquecido desde janeiro, diz porta-voz do governo

Em dezembro de 2020, o Irã aprovou uma lei para aumentar o enriquecimento de urânio no país e limitar as inspeções da ONU em suas instalações nucleares.
Sputnik

O Irã produziu cerca de 114 kg de urânio altamente enriquecido desde janeiro, sendo 6,5 kg em até 60% de pureza e mais 108 kg com até 20%, disse o governo nesta terça-feira (15).

"Segundo a lei do parlamento [...] a Organização de Energia Atômica [do Irã] deveria produzir 120 kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o último relatório, produzimos 108 kg de urânio a 20% nos últimos cinco meses […]. Na área de 60% [de pureza] na produção de urânio, no curto espaço de tempo que passou [...] foram produzidos cerca de 6,5 kg", afirmou o porta-voz do governo iraniano, Ali Rabiei, citado pela agência Reuters.

O Irã disse em abril que começaria a enriquecer urânio para 60% de pureza, uma medida que levaria o urânio muito mais perto dos 90% adequados para uma bomba nuclear, depois que Teerã acusou o Israel de sabotar uma importante instalação nuclear na República Islâmica.

Em dezembro de 2020, o Irã aprovou uma lei para aumentar seu enriquecimento de urânio e limitar as inspeções da Organização das Nações Unidas (ONU) em suas instalações nucleares em resposta à morte do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh.

Irã produziu cerca de 114 kg de urânio altamente enriquecido desde janeiro, diz porta-voz do governo

Acordo nuclear

A divulgação da produção de urânio enriquecido ocorre enquanto Teerã e Washington mantêm conversas indiretas em Viena com o objetivo de encontrar maneiras de reviver o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais.

O Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado pelo Irã em conjunto com os EUA, China, Alemanha, Rússia, França, Reino Unido e União Europeia. O acordo exigia que Teerã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca do levantamento de sanções.

Em 2018, todavia, os EUA abandonaram o acordo durante a administração de Donald Trump (2017-2021) e implementaram rígidas sanções contra Teerã.

O Irã afirma que regressará imediatamente ao cumprimento pleno do acordo nuclear assim que as sanções ao país sejam retiradas.

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