China compara acusações de criação de vírus às armas de destruição em massa no Iraque, diz embaixada

"As origens da COVID-19 são uma questão de ciência e devem ser estudadas em conjunto por cientistas de todo o mundo, em vez de serem politizadas", defendeu o porta-voz da embaixada chinesa nos EUA.
Sputnik

O porta-voz da embaixada chinesa nos Estados Unidos, Liu Pengyu, comparou em sua conta no Twitter, as afirmações de que o coronavírus teve origem em um laboratório no país asiático com as falsas acusações contra o Iraque sobre sua suposta posse de armas de destruição em massa.

​​A campanha para politizar o estudo das origens e desacreditar a China não é diferente das mentiras de que o Iraque possuía armas de destruição em massa 12 anos atrás.

As origens da COVID-19 são uma questão de ciência e devem ser estudadas em conjunto por cientistas de todo o mundo em vez de serem politizadas. Qualquer conclusão deve ser tirada de acordo com os procedimentos da Organização Mundial Saúde (OMS) e seguindo métodos de base científica.

A invasão do Iraque em 2003 foi precedida por uma campanha em que EUA e Reino Unido, entre outros países, acusaram Saddam Hussein de possuir um arsenal secreto de armas nucleares, químicas e biológicas. No entanto, depois de derrubar o presidente iraquiano, as forças dos EUA não encontraram nenhuma dessas armas de destruição em massa que serviram de pretexto para iniciar a guerra.

No final do mês passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que a inteligência de seu país iniciasse uma investigação para determinar se o SARS-CoV-2 surgiu pela primeira vez na China de origem animal ou de um acidente de laboratório.

A decisão de Biden foi criticada pela embaixada chinesa em Washington como uma "campanha de difamação e transferência de culpa". Em nota, a missão diplomática descartou a hipótese do vazamento do laboratório como uma "teoria da conspiração", afirmando que "politizar o rastreamento da origem" do coronavírus não só dificultará sua localização, "mas desencadeará o 'vírus político' e prejudicará seriamente a cooperação internacional em torno da pandemia".

Além disso, em 28 de maio o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, ressaltou que a decisão do governo dos EUA de incumbir seus serviços de inteligência de investigar as origens do vírus mostra que Washington está mais obcecado em culpar a China do que em chegar à verdade.

De acordo com as conclusões da equipe da OMS que viajou à cidade chinesa de Wuhan para investigar os primórdios da pandemia, a transmissão de animal para humano através de um intermediário é a hipótese "mais provável" da origem do coronavírus. O vazamento de um laboratório foi considerado pelos especialistas como "extremamente improvável".

Comentar