Jarro milenar na Grécia é encontrado com texto de 'maldição' contra pelo menos 55 pessoas (FOTOS)

Pelo menos duas pessoas que seriam "feiticeiras" teriam usado partes do corpo de uma galinha morta para escrever há 2.300 anos um texto amaldiçoando dezenas de pessoas em Atenas, Grécia.
Sputnik

Arqueólogos encontraram um pote de cerâmica de 2.300 anos em Atenas, Grécia, que poderia ter sido usado para amaldiçoar com paralisia e morte dezenas de pessoas locais, relata no domingo (30) o portal Live Science sobre um estudo publicado na revista Hesperia.

"O jarro continha a cabeça desmembrada e os membros inferiores de uma jovem galinha", relatou Jessica Lamont, professora de clássicos da Universidade de Yale, EUA.

"Todas as superfícies externas do [jarro] eram originalmente cobertas com texto; outrora, ele trazia mais de 55 nomes inscritos, dos quais dezenas agora sobrevivem apenas como letras dispersas, flutuantes ou leves pinceladas", continuou a professora, observando que a escrita grega, feita por volta de 300 a.C., contém palavras que podem significar "nós amarramos".

O objeto foi originalmente encontrado em 2006 sob o piso do Edifício Comercial Clássico da Ágora, que era usado por artesãos antigos, sendo posteriormente analisado por uma equipe de cientistas com participação de Jessica Lamont. Foi também descoberta uma moeda no local.

​Frasco inocente de 2.300 anos contém "maldição" contra 55 pessoas em Atenas

A maldição parece ter sido escrita por pelo menos duas pessoas com "bons conhecimentos sobre como lançar uma maldição poderosa", disse a pesquisadora em um e-mail ao portal, teorizando que um processo judicial iminente pode ter sido a causa do evento, devido a sua localização.

A presença da cabeça e das pernas inferiores de uma galinha no jarro sugere que "ao torcer e perfurar a cabeça e as pernas inferiores da galinha, os criadores da maldição procuraram incapacitar o uso dessas mesmas partes do corpo em suas vítimas".

Segundo Lamont, "os compositores da maldição podem citar todos os oponentes imagináveis em suas maldições, incluindo as testemunhas, famílias e apoiadores da oposição".

Outra possibilidade referida pela acadêmica é que o jarro está relacionado com o tumulto em Atenas na época, pois Alexandre, o Grande morreu em 323 a.C., levando à queda de seu império e consequente disputa pelo poder por generais e oficiais.

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