Administração Biden propõe investir bilhões em segurança cibernética após onda de ataques

Na segunda-feira (17), mais de dois terços dos postos de gasolina estão sem combustível no Distrito de Colúmbia, nos EUA, após um ataque de hackers ao oleoduto Colonial Pipeline.
Sputnik

A proposta de infraestrutura do presidente dos EUA, Joe Biden, inclui bilhões de dólares para a melhoria da segurança cibernética, uma área de interesse intensificado depois do ataque de hackers ao oleoduto Colonial Pipeline, uma importante instalação de transporte de combustível dos EUA em 7 de maio. Mas a quantia exata que será gasta para melhorar as defesas cibernéticas do país ainda não foi divulgado.

O Plano de Emprego Americano, nome da proposta de infraestrutura da administração Biden, está orçado em US$ 2 trilhões (aproximadamente R$ 10,5 trilhões) e inclui US$ 20 bilhões (R$ 105 bilhões) para governos estaduais e locais modernizarem seus sistemas de energia, desde que cumpram os padrões de segurança cibernética, bem como US$ 2 bilhões (R$ 10,5 bilhões) para resiliência da rede em áreas de alto risco que dependerão do cumprimento das metas de segurança cibernética, afirmou a Casa Branca, citada pela agência Bloomberg nesta terça-feira (18).

"A segurança cibernética é um dos desafios mais importantes de nosso tempo, e é por isso que o presidente Biden fez do fortalecimento das capacidades de segurança cibernética dos EUA uma prioridade máxima", disse a Casa Branca. O plano estabelece ainda um novo crédito fiscal para a infraestrutura de transmissão que o governo acredita que incentivará o fortalecimento das capacidades cibernéticas.

De acordo com a mídia, a administração Biden está negociando com um grupo de republicanos do Senado um projeto de lei de infraestrutura que incluiria grande parte da proposta de Biden, com uma contraproposta dos senadores. O plano de infraestrutura original, lançado no final de março, não menciona a necessidade de gastos com segurança cibernética.

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Prevenir novos ataques

O projeto de orçamento de Biden para 2022, divulgado em abril, incluía US$ 2,1 bilhões (R$ 11 bilhões) para a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA, na sigla em inglês), US$ 110 milhões (R$ 578 milhões) a mais do que seu financiamento para 2021.

O Plano de Resgate Americano, assinado por Biden em março, autorizou US$ 1,65 bilhão (R$ 8,68 bilhões) adicionais para esforços de segurança cibernética.

Em 12 de maio, Biden assinou uma ordem executiva com o objetivo de melhorar o compartilhamento de informações do governo federal sobre ataques cibernéticos com o setor privado, ao mesmo tempo em que adota melhores práticas de segurança em todo o governo. O pedido tem como objetivo ajudar os EUA a responder mais rapidamente aos ataques às infraestruturas públicas e privadas.

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Invasão devastadora

Em 7 de maio, a Colonial Pipeline, principal operadora de dutos de combustível dos EUA, anunciou o fechamento de toda a sua rede após um ataque cibernético. O Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) atribuiu o ataque ao grupo de hackers chamado DarkSide, que teria realizado o ataque a partir da Rússia. Todavia, Biden afirmou na semana passada que não havia evidências de que Moscou estivesse envolvido.

A empresa Colonial Pipeline teria pagado quase US$ 5 milhões (R$ 26 milhões) para desbloquear seus sistemas de transporte de combustível. Na segunda-feira (17), 83% dos postos de gasolina de Washington estavam sem combustível.

Em abril, a administração Biden iniciou um esforço de 100 dias para melhorar a segurança cibernética dos sistemas de controle industrial das concessionárias de energia elétrica. A iniciativa planeja passar para gás natural, abastecimento de água e dutos químicos.

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