Revelada ligação entre forças subaquáticas ocultas e intensidade de furacões fortíssimos

Correntes subaquáticas não descobertas previamente podem aumentar seriamente os furacões, segundo um estudo que deverá tornar as previsões de sistemas de tempestade mais precisas no futuro.
Sputnik

Os resultados foram obtidos através de medições detalhadas do furacão Maria, uma tempestade de categoria 5 de 2017, usando um conjunto de instrumentos oceanográficos submersos. A análise revelou as interações entre ilhas oceânicas e o furacão que alimentaram a tempestade com cada vez mais energia, de acordo com a pesquisa publicada na revista Science Advances.

Os cientistas estimam que o furacão Maria ganhou até 65% mais intensidade potencial devido aos padrões de plataforma inclinada da costa da ilha, que produziram correntes que fortaleceram e estabilizaram as diferentes bandas de temperatura no oceano.

"Fomos surpresos ao descobrir que a direção dos ventos de furação que se aproximavam relativamente à costa manteve a camada superficial do oceano claramente mais quente em comparação com as águas mais frias abaixo", disse a oceanógrafa Olivia Cheriton. "Isso é importante porque as temperaturas mais quentes da superfície do mar fornecem mais energia para a tempestade."

A temperatura da superfície do mar é um dos principais fatores que controlam a energia em um furacão e, neste caso, os registros mostram que as águas em torno das costas das ilhas atingidas não esfriaram durante pelo menos 11 horas após o furacão Maria ter passado.

A estratificação das temperaturas desempenha um papel importante nas taxas de esfriamento, dado que significa que as águas mais quentes e mais frias não se misturam. Os dados dos pesquisadores mostraram como uma camada de água quente foi mantida presa por pressão crescente embaixo e fortes correntes oceânicos em cima (produzidas pelos ventos do furacão).

As mudanças de temperatura do oceano subjacente atualmente não são consideradas em simulações de furacões, no entanto, os cientistas provaram que essas mudanças podem controlar tanto a intensidade, como a direção do sistema de tempestade.

Há milhares de ilhas em oceanos tropicais que poderiam ser atingidas por tipos similares de tempestades e os novos dados, que têm resolução muito maior do que os registros feitos por satélites ou boias, devem ajudar a produzir previsões mais precisas.

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