Nova espécie de cobra é identificada graças a pinturas de 200 anos na Índia (FOTO)

Uma nova espécie de cobra foi identificada depois de o Museu de História Natural utilizar pinturas de 200 anos para confirmar que a espécie havia sido denominada incorretamente por mais de dois séculos.
Sputnik

De acordo com os pesquisadores, o réptil de Tamil Nadu, na Índia, foi confundido com outra espécie semelhante do país.

A nova espécie, chamada Platyceps josephi, tem listras brancas distintas em seu corpo e manchas brancas irregulares em sua cabeça.

Além disso, é uma cobra terrestre não venenosa, com menos de um metro de comprimento, e sua dieta consiste de lagartixas, lagartos e pequenos roedores.

A Vertebrate Zoology cita que a espécie está ameaçada devido à destruição de seu habitat e à dificuldade de adaptação a estas mudanças.

"Ao escrever sobre a descoberta, notamos que outra espécie de cobra chamada corredora listrada [Argyrogena fasciolata] tem uma história taxonômica instável. Ela foi nomeada com base em desenhos feitos nos anos 1700 por Patrick Russell, considerado o pai da ofiologia na Índia [...]", afirmou Surya Narayanan, um dos autores do estudo.

Ele também observou que a equipe precisou rastrear e estudar diversas pinturas antigas mantidas na biblioteca zoológica do Museu de História Natural, em Londres, e na biblioteca de Bodlein, em Oxford, para compreender como haviam errado a nomenclatura da espécie.

A análise detalhada dos manuscritos, pinturas e tomografia computadorizada dos antigos espécimes apontou que as cobras foram identificadas erroneamente devido a uma confusão entre os especialistas britânicos.

​Platyceps josephi: uma nova espécie de corredora de Tamil Nadu.

Graças ao estudo, a equipe pôde nomear corretamente estas espécies de cobras, sendo elas a Platyceps plinii e a Lycodon fasciolatus.

"Esta coleção de pinturas antigas e peles secas que analisamos são coleções inestimáveis, mantidas a temperatura e umidade controladas. Estudá-las foi quase como uma viagem no tempo", afirmou o dr. Deepak Veerappan do Museu de Zoologia Senckenberg, Alemanha.

O especialista acredita que os estudos ainda revelarão diversas outras descrições de novas espécies.

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