Estudo demonstra que afinal Reino Unido e Canadá se sacrificaram mais no Afeganistão do que EUA

Os últimos 20 anos são marcados pela incessante e violenta Guerra do Afeganistão, que começou com a invasão do território afegão pelos EUA para combater Talibã e Al-Qaeda (ambas organizações terroristas proibidas na Rússia e em outros países).
Sputnik

Um estudo publicado nesta quarta-feira (12), intitulado Custos da Guerra, mostra uma espécie de escala de sacrifício feito pelos membros da OTAN envolvidos no conflito afegão, reporta o jornal The Guardian.

Segundo o estudo, as forças britânicas e canadenses teriam o dobro da probabilidade, ou mais, de serem mortas em combate do que seus aliados norte-americanos. De igual modo, o Reino Unido contribuiu mais para a guerra do que os Estados Unidos no setor econômico e de assistência humanitária.

O estudo Custos da Guerra compara as porcentagens de perdas militares entre os três países: Estados Unidos perderam 2,3% de sua vasta presença militar, ao passo que o Reino Unido teve 455 vidas sacrificadas, o que corresponde a 4,7% do pico de suas capacidades militares, e o Canadá, com 158 soldados mortos, perdeu 5,4% do seu total de forças militares enviadas para o conflito.
Estudo demonstra que afinal Reino Unido e Canadá se sacrificaram mais no Afeganistão do que EUA

Segundo o estudo, durante estadia em solo afegão, as tropas norte-americanas no Afeganistão se referiam à sigla ISAF (Força de Assistência de Segurança Internacional) como "I Saw Americans Fight" ("Eu vi americanos lutando"), uma piada que, na verdade, é injusta ante os sacrifícios militares feitos por Reino Unido e Canadá.

"Os americanos não entendem totalmente, não reconhecem, os sacrifícios que os aliados fizeram no Afeganistão", afirmou Jason Davidson, autor do estudo e professor de Ciência Política da Universidade de Mary Washington, nos EUA, citado pelo jornal britânico.

Custos da Guerra ecoa outro estudo publicado em dezembro de 2020, da autoria de um grupo britânico chamado Ação contra Violência Armada. Segundo a pesquisa, os soldados britânicos teriam uma probabilidade de serem mortos 12% mais alta do que as tropas dos EUA na "guerra contra o terror" travada no Afeganistão e no Iraque.

Estudo demonstra que afinal Reino Unido e Canadá se sacrificaram mais no Afeganistão do que EUA

No que toca ao Canadá, Elinor Sloan, professora de Relações Internacionais da Universidade de Carlton em Ottawa, explicou que a porcentagem relativamente alta de vítimas canadenses deveu-se, em parte, à falta de veículos resistentes a minas e helicópteros de guerra, refere o The Guardian.

No entanto, quando uma guerra dura duas décadas, isso significa que o número de fatalidades deve ser ainda maior. De ambos os lados, em média, cerca de 70 mil combatentes perderam suas vidas no campo de batalha, enquanto as baixas civis rondam os 50 mil.
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