Noruegueses temem que cidade onde submarino nuclear dos EUA atracou se torne 'alvo militar'

Tanto a oposição política como a população norueguesa acreditam que as suas autoridades falharam na tomada de medidas preventivas de um acidente nuclear.
Sputnik

A primeira escala de um submarino nuclear dos EUA no porto de Tonsvik, em Tromso, na Noruega, ocorrida na segunda-feira (10), foi recebida com protestos por parte de moradores locais.

O submarino, de 115 metros de comprimento, atracou em um porto civil perto do centro da cidade de Tromso, tendo sido delineada ao seu redor uma área de segurança com um raio de 500 metros. As Forças Armadas norueguesas garantiram a segurança do submarino a nível terrestre, marítimo e aéreo.

Porém, a população local protestou contra a estadia do submarino estadunidense no local, afirmando que este tornaria a zona um alvo para bombas.

"Temo que Tromso se torne um alvo para bombas caso haja guerra. O plano de contingência não especifica se existem ou não armas nucleares a bordo da embarcação", explicou Ingrid Schanke, líder da organização Noruega pela Paz, citada pela agência de notícias nacional NRK.

Para além disso, foi informado que a municipalidade de Tromso não possui as capacidades e equipamentos para lidar com possíveis acidentes relacionados com vazamento nuclear. Contudo, Elisabeth Eikeland, porta-voz das Forças Armadas da Noruega, está confiante e disse que, apesar do ceticismo, as operações do submarino deverão decorrer como planejado.

Eikeland referiu a Doutrina Bratelli de 1975, cujas pré-condições referem que os aliados do país – incluindo os EUA – não devem transportar armas nucleares para o país, pelo que em princípio a presença de tal armamento no submarino deveria ser descartada.

O ministro da Defesa norueguês, Frank Bakke-Jensen, por sua vez, assegurou que, caso o governo suspeitasse de falta de segurança na estadia do submarino em causa em Tromso, não seria permitida sua estada na cidade. No entanto, a oposição aponta que o primeiro subestima as consequências de um acidente com tal submarino, para além de que a sua presença em território norueguês poderia colocar o país em uma posição sensível, como alvo militar, em um possível conflito entre os EUA e a Rússia.

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