China instalará linha de separação no monte Everest por temor da COVID-19

A China estabelecerá uma "linha de separação" no topo do Everest para evitar possíveis infecções por COVID-19 por escaladores do Nepal infectados pelo vírus, informou a mídia estatal, depois que dezenas de pessoas ficaram doentes no acampamento-base da montanha.
Sputnik

Embora o vírus tenha surgido pela primeira vez na China no final de 2019, ele foi amplamente controlado no país por meio de uma série de bloqueios e fechamentos de fronteiras.

Mais de 30 alpinistas doentes foram evacuados do acampamento-base no lado nepalês da montanha mais alta do mundo nas últimas semanas, enquanto o Nepal enfrenta uma segunda onda mortal, aumentando o temor de que o vírus possa arruinar a temporada de escalada.

As autoridades tibetanas disseram aos repórteres em uma coletiva de imprensa que tomariam as "medidas mais rigorosas de prevenção de epidemias" para evitar o contato entre alpinistas nas encostas norte e sul, ou no topo da montanha, informou a agência de notícias oficial Xinhua no domingo (9).

Os guias de montanha estabelecerão linhas divisórias no topo do Everest antes de permitir que os montanhistas comecem a escalada, disse o chefe da Associação de Montanhismo do Tibete, citado pela Xinhua. O funcionário, no entanto, não forneceu detalhes sobre como seriam feitas essas linhas divisórias.

De acordo com o oficial, 21 escaladores chineses receberam permissão para ascender ao cume do Everest este ano, depois de permanecerem em quarentena no Tibete desde o início de abril.

China instalará linha de separação no monte Everest por temor da COVID-19
A China também intensificará as medidas de controle do vírus no acampamento-base chinês, no lado norte da montanha, com a proibição de entrada de turistas que não praticam escalada na área panorâmica do Everest. Além disso, Pequim proibiu os estrangeiros de escalar o Everest desde o ano passado, devido ao surto do coronavírus.

Este ano, contudo, o Nepal emitiu um número recorde de licenças de escalada para tentar aumentar o número de visitantes, depois que a indústria do turismo no país sofreu um golpe devastador em 2020 com a pandemia.

Uma permissão para escalar o Everest no Nepal custa US$ 11 mil (cerca de R$ 57 mil) e os escaladores chegam a pagar mais de US$ 40 mil (cerca de R$ 208 mil) por uma expedição.

China instalará linha de separação no monte Everest por temor da COVID-19
Mais de mil pessoas costumam acampar na movimentada cidade de barracas na base do Everest, no lado nepalês, incluindo escaladores estrangeiros e as equipes de guias nepaleses que os ajudam a subir a montanha.

Nas últimas três semanas, a trajetória diária de casos do Nepal disparou, com duas entre cada cinco pessoas testadas agora apresentando resultados positivos, conforme as infecções se espalham pela segunda onda mortal da vizinha Índia.

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