'Grande' presença militar da China na fronteira prejudica laços bilaterais, diz chanceler indiano

O chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, afirmou nesta quarta-feira (5) que não pode haver nenhuma cooperação significativa entre China e Índia até Pequim retirar suas tropas da fronteira indiana.
Sputnik

"Atualmente, as relações estão passando por uma fase muito difícil, já que – violando acordos e entendimento de muitos, muitos anos – os chineses têm deslocado grandíssima parte de suas forças armadas para a Linha de Controle Real, e perto dela, sem qualquer explicação", afirmou Jaishankar, citado pelo The Times of India, durante conversa organizada pela editora India Inc., situada em Londres.

O chanceler indiano está visitando o Reino Unido para se encontrar com os ministros das Relações Exteriores do G7.

"Temos sido muito claros com os chineses que a paz e a tranquilidade nas áreas fronteiriças são absolutamente essenciais para o desenvolvimento de nossas relações", respondeu o diplomata quando questionado sobre as relações sino-indianas.

"Não se pode ter pressão, coerção, intimidação e derramamento de sangue na fronteira e depois esperar boas relações em outras áreas. Não é realístico", adicionou.

Durante conversa com a India Inc., o ministro notou que o processo de retirada de tropas na fronteira de Ladakh começou, mas demoraria algum tempo até que a desescalada se concretizasse.

'Grande' presença militar da China na fronteira prejudica laços bilaterais, diz chanceler indiano

Os comentários de Jaishankar surgiram após ofertas de ajuda da China para a Índia, além das discutidas entre os chanceleres das duas nações.

O presidente chinês, Xi Jinping, também escreveu para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na semana passada, expressando solidariedade e suporte para a resposta à COVID-19 de Nova Deli.

No entanto, como afirmou o chanceler indiano, as tensões sobre a disputa fronteiriça sem solução desde maio do ano passado continuam ofuscando as relações sino-indianas.

Houve 11 rodadas de conversações entre os comandantes militares de China e Índia desde maio de 2020, que levaram à retirada de tropas das regiões de Pangong Tso e Kailash.

Comentar