EUA não descartam sanções se não houver mudanças por parte de Maduro

Os EUA disseram hoje (30) que estão trabalhando com seus aliados na América Latina e na Europa para expandir a ajuda humanitária e promover eleições na Venezuela, mas também não descartaram o uso de sanções caso não haja uma mudança por parte do governo Maduro.
Sputnik

"O ponto-chave aqui [sobre a Venezuela] é que os Estados Unidos estão defendendo uma política multilateral em favor de negociações que levem a eleições livres e justas, mas vamos agir com base em atos concretos por parte do regime, não em palavras", disse Juan González, diretor principal para o Hemisfério Ocidental do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, em entrevista à Associated Press.

González, no entanto, assinalou que o o governo venezuelano "vem dando alguns passos", mas alertou que Washington precisa ter garantias de que se trata de "algo que demonstre seriedade diante de um processo de negociação''.

Recentemente, o governo venezuelano permitiu que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) se estabelecesse no país, prometeu colaborar com a oposição para avançar na vacinação dos venezuelanos contra o coronavírus, e também se reuniu com diplomatas da Noruega, que tentam reativar as negociações entre governo e oposição.

O governo Biden afirma promover um enfoque multilateral para pressionar o governo Maduro a negociar com a oposição, mas já adiantou que não fará parte das eventuais conversas. O governo de Donald Trump, por sua vez, concentrou sua política nas sanções unilaterais a funcionários do governo venezuelano e a empresários que supostamente teriam vínculos com Caracas.

Ao ser questionado se sanções similares às da era Trump ainda estão sobre a mesa, o assessor presidencial afirmou que elas não estão descartadas e que serão revistas para que não causem dano à população.

"[As sanções] servem para pressionar alguém a sentar-se à mesa [de negociações], mas as sanções nunca são a solução'', garantiu González, que não quis identificar quais os países latino-americanos e europeus que estariam trabalhando com os EUA para pressionar a Venezuela.

Segundo a AP, o integrante do Conselho de Segurança Nacional dos EUA explicou que, se o governo Maduro seguir por um caminho positivo, os Estados Unidos também tomarão medidas nessa direção.

Contudo, "se [Caracas] seguir pelo mesmo caminho que está seguindo agora, e der passos para trás, vamos incrementar a pressão'' junto com outros aliados, porque, até agora, as ações unilaterais não têm sido efetivas para gerar mudanças, frisou o assessor presidencial.

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