Barcos chineses mantêm presença constante no disputado recife de Whitsun há 2 anos, diz think tank

A atividade da frota chinesa nos últimos dois anos no recife de Whitsun desafia a explicação dada por Pequim para a presença dos navios no local, afirma think tank norte-americano.
Sputnik

A China manteve uma presença sustentada em torno de um disputado recife do mar do Sul da China por dois anos, de acordo com um think tank com sede em Washington, EUA, apesar das alegações de Pequim de que seus navios estavam apenas abrigados na área.

Em março, as Filipinas relataram que mais de 200 navios da milícia chinesa estavam ancorados no recife de Whitsun, chamado de recife Julian Felipe nas Filipinas, e divulgou fotos e vídeos das embarcações.

Barcos chineses mantêm presença constante no disputado recife de Whitsun há 2 anos, diz think tank

A Iniciativa de Transparência Marítima da Ásia (AMTI, na sigla em inglês) do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla em inglês), analisou as imagens e identificou 14 navios. Nove dessas embarcações estiveram no recife de Whitsun várias vezes desde 2019, afirma a AMTI.  

"Tal como acontece com outras mobilizações de milícias conhecidas, o comportamento dessas embarcações desafia qualquer explicação comercial. A maioria permaneceu na área por semanas, ou até meses, ancorados em grupos, sem se envolver em qualquer atividade de pesca", lê-se no relatório da AMTI divulgado na quarta-feira (21).

Zona disputada

Whitsun é um recife em forma de V em uma região rasa de corais no arquipélago das ilhas Spratly, ricas em recursos e que é reivindicada tanto por Pequim quanto por Manila.

De acordo com a AMTI, os 14 navios, todos da província de Guangdong, no sul da China, foram primeiro rastreados patrulhando o recife Union Banks, que também faz parte das ilhas Spratly, no início de 2019.

Barcos chineses mantêm presença constante no disputado recife de Whitsun há 2 anos, diz think tank

Após as Filipinas terem relatado mais de 200 navios chineses perto do recife Whitsun, a China insistiu que esses navios eram barcos de pesca civis que se protegiam do mau tempo e que "não tinham planos" de ficar lá permanentemente. Para a AMTI, todavia, essa explicação não convence.

"Muitos [navios] são de [pesca de] arrasto que, por definição, têm de se deslocar para pescar. E o céu azul desmascarou a desculpa inicial da embaixada chinesa em Manila de que eles estavam enfrentando uma tempestade", explica o think tank.

A presença dos navios chineses aumenta a preocupação sobre se Pequim está enviando milícias marítimas, navios de pesca em serviço paramilitar, conforme exigido pela lei chinesa, para obter o controle das águas contestadas.

Além das Filipinas e da China, Vietnã e Taiwan também têm reivindicações sobre o Union Banks e o recife Whitsun.

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