Blinken diz que EUA estão ficando 'atrás da China' em oportunidades comerciais relativas ao clima

Segundo o governo norte-americano, a China exporta uma série de produtos que amenizam o impacto ambiental e climático, e que essa é a hora dos EUA começarem a traçar uma estratégia para não "ficarem para trás".
Sputnik

Na segunda-feira (19), durante entrevista a repórteres na cidade de Annapolis, no estado norte-americano de Maryland, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou preocupações relativas à política de Washington sobre a crise climática, pois acredita que se fracassar nos esforços para enfrentá-la "terá grandes repercussões" econômicas, podendo ficar atrás da China, segundo a CNN.

"No momento, estamos ficando para trás. A China é o maior produtor e exportador de painéis solares, turbinas eólicas, baterias e veículos elétricos. Detém quase um terço das patentes mundiais de energia renovável", disse Blinken citado pela mídia.

Para o secretário, o cenário das mudanças climáticas é tão impactante que transformará qualquer desafio de segurança em algo fatal: "Escolha um desafio de segurança que afete os Estados Unidos, a mudança climática provavelmente o tornará pior", declarou.

Ainda segundo o secretário, se os EUA não agirem agora, haverá "grandes repercussões" para a segurança nacional, apontando para a presença crescente da Rússia e da China no Ártico, bem como o impacto que desastres naturais têm sobre a migração.

"Se não a alcançarmos [a China], os Estados Unidos perderão a chance de moldar o futuro climático mundial de uma forma que reflita nossos interesses e valores, e perderemos incontáveis ​​empregos para o povo norte-americano", disse Blinken citado pela mídia.

Os comentários do secretário acontecem antes da Cúpula do Clima, organizada pelo presidente Joe Biden, nesta quinta-feira (22). A China também estará presente, mas até agora não anunciou quem participará em nome do governo chinês.

Blinken diz que EUA estão ficando 'atrás da China' em oportunidades comerciais relativas ao clima

Apesar das referências de Blinken à competição com a China, ele enfatizou que Washington precisa trabalhar com Pequim para enfrentar a crise climática.

No domingo (18), após visita do enviado especial dos EUA para assuntos do Clima, John Kerry, a Xangai, o governo norte-americano e chinês firmaram compromisso conjunto para lutar contra a crise climática e ambiental.

Em comunicado, o Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China declarou que "ambos os lados reconhecem que a mudança climática é uma ameaça séria e urgente à sobrevivência e ao desenvolvimento da humanidade [...]. Vamos [os EUA e a China] fortalecer a cooperação [...] para enfrentar essa crise", conforme citado pela CNN.

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