Porta-voz chinesa desafia EUA a ficarem com água de Fukushima após apoiarem seu despejo no mar

Em posts no Twitter, a porta-voz do MRE da China sugeriu que EUA levem para casa a água da usina nuclear de Fukushima, após apoio norte-americano ao anúncio japonês de despejar toneladas de água contaminada no oceano.
Sputnik

Após anúncio do Japão, com apoio norte-americano, da intenção de despejar gradualmente mais de um milhão de toneladas de água radioativa da usina nuclear de Fukushima no oceano ao longo de dois anos, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, sugeriu que os EUA deveriam então levar para seu país a água contaminada, se realmente acreditam que é segura o suficiente para ser despejada no mar.

Porta-voz chinesa desafia EUA a ficarem com água de Fukushima após apoiarem seu despejo no mar

Em tweets publicados nesta quarta-feira (14), a porta-voz reafirmou a oposição de seu país aos planos de despejar mais de um milhão de toneladas de água contaminada, anunciados por Tóquio nesta semana.

Claro que é melhor ter uma avaliação internacional antes de beber.

"O Japão e os EUA afirmam que água residual nuclear tratada da usina nuclear de Fukushima atende aos padrões de segurança internacionais e é até potável, então por que não ficam com a água para eles? Ou talvez enviá-la para os EUA?", ironizou Hua na rede social, acompanhando o texto com desenhos ilustrando como os resíduos afetariam a água potável e a saúde humana.

No outro tweet, a porta-voz pediu uma avaliação internacional da segurança da água residual antes de alguém a consumir.

O governo japonês anunciou na segunda-feira (12) seus planos de despejar no mar mais de um milhão de toneladas de água contaminada, acumulada em tanques após o terremoto e tsunami em março de 2011 danificarem seriamente a usina nuclear de Fukushima.

As obras devem começar em dois anos, enquanto todo o processo levaria décadas, segundo as projeções. O plano gerou polêmica na comunidade internacional, com críticas de países vizinhos, grupos ambientalistas e comunidades pesqueiras locais.

Assim, o MRE chinês condenou a decisão como "altamente irresponsável" e "inaceitável" porque foi tomada unilateralmente "antes de esgotar todas as vias seguras" para o descarte de resíduos e "sem consulta completa aos países vizinhos e à comunidade internacional".

Por sua vez, o Departamento de Estado dos EUA afirmou que o Japão "avaliou as opções e os efeitos, foi transparente em sua decisão e parece ter adotado uma abordagem de acordo com os padrões de segurança nuclear aceitos globalmente".

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