Coreia do Norte pode ter arsenal de 242 ogivas nucleares até 2027, diz think tank

Em março, Pyongyang lançou um novo tipo de "míssil tático guiado" com um motor de combustível sólido. O presidente dos EUA disse que está disposto a fazer "alguma forma de diplomacia" com o país asiático.
Sputnik

A Coreia do Norte pode desenvolver até 242 ogivas nucleares nos próximos seis anos, o que permitiria mais ameaças e intimidação contra outros países, e, possivelmente, a venda de armas nucleares no exterior, afirma nesta terça-feira (13) um relatório publicado pelo Instituto de Estudos Políticos Asan, um think tank sediado em Seul, Coreia do Sul.

De acordo com o estudo, as capacidades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte estão se desenvolvendo bem desde o primeiro teste nuclear de Pyongyang, em 2006.

Em 2019, o país liderado por Kim Jong-un tinha de 30 quilos a 36 quilos de plutônio, bem como entre 175 quilos e 645 quilos de urânio enriquecido. Em 2020, Pyongyang "​teria de 67 a 116 armas nucleares e, em 2027, a Coreia do Norte pode ter de 151 a 242 armas nucleares", garante o think tank.

Venda de armas nucleares

O relatório afirma que, até agora, a estratégia da Coreia do Norte tem se concentrado na contenção e nas tentativas de se interpor entre os EUA, a Coreia do Sul e o Japão. No entanto, devido ao seu maior desenvolvimento nuclear, Pyongyang poderia usar o crescente arsenal nuclear de maneira mais violenta e diferente, como em ataques nucleares preventivos, por exemplo.

O estudo acrescenta que "os líderes norte-coreanos podem perceber que podem colocar algumas dessas armas à venda", assim que o número de ogivas chegar a 100.

Os especialistas do instituto também mencionam que o papel da aliança Seul-Washington, juntamente com a Organização das Nações Unidas (ONU), será cada vez mais significativo à medida que a ameaça da Coreia do Norte cresça.

Coreia do Norte pode ter arsenal de 242 ogivas nucleares até 2027, diz think tank
"A Coreia do Norte e os EUA devem permanecer abertos às negociações diplomáticas", afirma o relatório. No entanto, a menos que Pyongyang mude seu comportamento, as negociações devem ser seguidas de aumento da pressão e sanções econômicas, acrescenta o estudo.

No final de março, a Coreia do Norte confirmou que testou novos mísseis guiados táticos, considerando isso uma implementação do direito de autodefesa do Estado soberano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em 25 de março que está disposto a fazer "alguma forma de diplomacia" com a Coreia do Norte. O líder norte-americano destacou, no entanto, que quaisquer negociações com a Coreia do Norte têm como condição a conclusão da desnuclearização no país.

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