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'Meu Exército não vai às ruas cumprir decretos de governadores e prefeitos', diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (1º) que existe um "sentimento de revolta" na população e que o "Exército brasileiro não vai às ruas para agir contra o povo". 
Sputnik

A declaração foi feita durante transmissão ao vivo nas redes sociais, no momento em que comentava a crise do coronavírus e as medidas de isolamento adotadas para conter a disseminação da COVID-19. 

"Há um sentimento cada vez maior de revolta junto a essas pessoas. Repito aqui: eu temo por problemas sociais graves no Brasil", disse Bolsonaro. 

Em seguida, ele repetiu declaração que tinha feito recentemente: referindo-se a "meu Exército", disse que, enquanto for presidente, os militares não sairiam às ruas para cumprir decretos de governadores e prefeitos. 

"E como é que você vai combater isso [os problemas sociais]? Eu quero repetir aqui: o meu Exército brasileiro não vai às ruas para agir contra o povo. Ou para fazer cumprir decretos de governadores e prefeitos. O meu Exército, enquanto for presidente, não vai", acrescentou. 

O presidente também voltou a associar as medidas restritivas à circulação e ao comércio ao estado de sítio. Segundo ele, há relatos de violência contra pessoas que estão tentando trabalhar, mas são agredidas por estarem nas ruas.

Acusação de desvio

Os apelos de Bolsonaro para que as Forças Armadas se colocassem contra as medidas de isolamento social estariam por trás da crise que levou à demissão do ministro da Defesa nesta semana, que culminou com a saída dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. 

Por se recusar a defender os posicionamentos de Bolsonaro, o general Fernando Azevedo e Silva foi substituído pelo também general Walter Braga Netto. 

Na transmissão, Bolsonaro também acusou, sem apresentar provas, os governadores de utilizarem verbas para o combate à COVID-19 para pagar salários atrasados. 

"Dinheiro foi para estados e municípios, muito dinheiro, bilhões de reais, mas nós sabemos que muitos governadores e prefeitos usaram esse recurso para pagar folha atrasada, botar suas contas em dia, e não deram a devida atenção para a saúde", disse o presidente. 
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