'Ninguém está seguro até que todos estejam seguros': líderes mundiais sugerem tratado pós-pandêmico

Segundo líderes internacionais, esta provavelmente não será a última crise de saúde, e por isso é necessário um esforço coordenado para enfrentar "o maior desafio para a comunidade global" em décadas.
Sputnik

Em um mundo interligado e interdependente, os países precisam ser capazes de contar com a força do multilateralismo e da cooperação internacional quando enfrentam desafios globais de uma escala como a atual pandemia da COVID-19.

Esta é a mensagem subjacente a uma declaração feita por 24 chefes de Estado ao lado do dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), feita em um artigo de opinião publicado nesta terça-feira (30) por jornais de todo o mundo, incluindo o The Telegraph, Le Monde, El País e Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, Emmanuel Macron, presidente da França, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, entre outros, ressaltam que a atual pandemia do coronavírus, "o maior desafio para a comunidade global desde os anos 1940", é "um lembrete duro e doloroso de que ninguém está seguro até que todos estejam seguros".

'Ninguém está seguro até que todos estejam seguros': líderes mundiais sugerem tratado pós-pandêmico

Em meio à luta dos países para lançar vacinas e à crescente tensão internacional sobre o fornecimento de vacinas, os líderes têm denunciado uma abordagem isolacionista e nacionalista, exortando a que um tratado semelhante ao forjado após a Segunda Guerra Mundial seja posto em prática para favorecer uma nova era de solidariedade.

"Naquela época, após a devastação de duas guerras mundiais, os líderes políticos se reuniram para forjar o sistema multilateral. Os objetivos eram claros: reunir os países, dissipar as tentações do isolacionismo e do nacionalismo, e enfrentar os desafios que só pudessem ser alcançados juntos no espírito de solidariedade e cooperação, ou seja, paz, prosperidade, saúde e segurança", escrevem os chefes de Estado e líderes organizacionais internacionais.

Os líderes comentaram que um acordo global poderia impulsionar a cooperação transfronteiriça antes da chegada de qualquer outra crise de saúde internacional potencial, advertindo que a questão-chave não é "se, mas quando" a próxima pandemia atacaria.

O grupo também incluiu Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, Mark Rutte, o primeiro-ministro dos Países Baixos, e os presidentes da África do Sul, Coreia do Sul, Indonésia, Tunísia e Senegal.

O acordo proposto se concentraria em questões como sistemas de alerta, compartilhamento de dados e pesquisa, ao mesmo tempo que supervisionaria a produção e distribuição local, regional e global de vacinas, medicamentos, diagnósticos e equipamentos de proteção pessoal.

O acordo proposto poderia ser negociado com todas as nações, organizações e agências da ONU, em particular a OMS, que continuaria a ser a base da coordenação global contra emergências sanitárias.

Em maio decorrerá uma Assembleia Mundial da Saúde, onde deverá ser apresentada uma resolução delineando os planos da OMS para fortalecer sua estrutura de preparação e resposta para pandemias.

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