EUA questionam prisões de ex-presidente interina e ex-ministros da Bolívia

Os EUA manifestaram neste sábado (27) preocupação com o que chamaram de "comportamento antidemocrático" na Bolívia, após a prisão de ex-funcionários que ocupavam cargos no governo interino do país andino.
Sputnik

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse em um comunicado publicado hoje (27) que existem dúvidas sobre a legalidade das prisões e pediu que a Bolívia liberte os detidos, à espera de "uma investigação independente e transparente sobre as preocupações referentes aos direitos humanos e ao devido processo legal".

"Pedimos ao governo boliviano que expresse com clareza o seu apoio à paz, à democracia e à reconciliação nacional, o que inclui a libertação dos ex-funcionários detidos'' acrescentou Blinken.

Estamos profundamente preocupados com os crescentes sinais de comportamento antidemocrático e de politização do sistema judicial na Bolívia. O governo boliviano deve libertar os ex-funcionários detidos, enquanto se espera uma investigação independente e transparente sobre as preocupações referentes aos direitos humanos e ao devido processo legal.

Há quase duas semanas, a ex-presidente interina Jeanine Áñez e dois de seus ex-ministros foram detidos após serem acusados de sedição, conspiração e terrorismo pelo golpe de Estado ocorrido em 2019. O movimento resultou da crise política e social que atingiu o país após a contestação do resultado das eleições que reelegeram Evo Morales. Após dezenas de mortes e episódios de violência, o ex-presidente se viu forçado a renunciar e a buscar asilo em outro país.

EUA questionam prisões de ex-presidente interina e ex-ministros da Bolívia

Com a nota publicada hoje (27), os Estados Unidos se unem aos pedidos de organizações como a União Europeia, a Conferência Boliviana de Bispos Católicos, entidades bolivianas e internacionais de direitos humanos, e outros atores, como o governo brasileiro, que exigem que a Bolívia garanta o devido processo legal nos expedientes contra Áñez e seus dois ex-ministros.

Além disso, o Departamento de Estado norte-americano assinalou que "as prisões recentes de funcionários do governo interino não estão em consonância com os ideais democráticos da Bolívia: elas minam a credibilidade dos esforços extraordinários dos muitos eleitores, candidatos e servidores públicos bolivianos que permitiram a realização das eleições nacionais de outubro de 2020''.

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