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Uruguai propõe formalmente que se discuta a flexibilização do Mercosul

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, propôs nesta sexta-feira (26), durante a cúpula de 30 anos do Mercosul, que se discuta formalmente a flexibilização do bloco de integração regional do Cone Sul.
Sputnik

"Vamos propor formalmente que se discuta na mesa o tema da flexibilização. O Uruguai necessita que o Mercosul tome uma decisão a respeito", disse Lacalle Pou durante sua participação na cúpula virtual, que também contou com a presença dos presidentes dos outros países fundadores do bloco regional (Argentina, Brasil e Paraguai), além dos mandatários de países associados como Bolívia, que está em processo de adesão, e Chile.

A flexibilização do Mercosul é defendida pelos governos de Brasil, Paraguai e Uruguai, que desejam que os Estados-membros do bloco possam negociar acordos de livre comércio com países de fora da organização de forma individual, uma iniciativa à qual a Argentina se opõe.

"Temos que avançar com a negociação com outros blocos, não estamos satisfeitos. Acreditamos que é bom iniciar diálogos, que é bom sentar à mesa, mas o somatório de situações em que esses acordos não se catalisam geram frustrações", disse Lacalle Pou. 

Mais cedo, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, também defendeu mudanças no Mercosul, como a revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) e a redução das barreiras comerciais internas. Além disso, Bolsonaro criticou a necessidade de um consenso nas decisões do bloco, que ele classificou como uma forma de "veto ou freio permanente".

Já o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, opinou que "o desenho atual [do Mercosul] requer que as negociações externas se realizem de forma conjunta e coordenada, mas isso não pode ser uma barreira para impedir o desenvolvimento de nossas economias''.

Por sua vez, o presidente Argentino, Alberto Fernández, rechaçou as mudanças propostas pelos outros países-membros, pois acredita que a indústria de seu país será severamente prejudicada por uma enxurrada de importações contra as quais não poderá competir.

"Vamos acabar com essas ideias que ajudam muito pouco à unidade [...] Não queremos ser um lastro para ninguém. Se somos um lastro, que peguem outro barco. Para mim, é uma honra fazer parte do Mercosul", disse Fernández em seu discurso final.  
Uruguai propõe formalmente que se discuta a flexibilização do Mercosul
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