Novo míssil balístico norte-coreano seria arma nuclear tática, dizem especialistas

O novo míssil balístico da Coreia do Norte testado nesta semana poderia reforçar o arsenal nuclear tático do país e colocaria ameaças sérias à Coreia do Sul e não só, desafiando seu sistema de defesa antimíssil, segundo especialistas.
Sputnik

Na quinta-feira (25), a Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos de curto alcance no mar do Japão (também conhecido como mar do Leste). Esse foi o primeiro lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte desde março de 2020.

Analisando as características do míssil e sua aparência, especialistas consideram que o míssil é uma versão avançada do KN-23, projetado na base do míssil balístico móvel Iskander da Rússia, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap.

A variante do míssil foi apresentada pela primeira vez durante um desfile militar em Pyongyang em janeiro e não foi testada antes.

"Isso dá à Coreia do Norte a possibilidade de usar uma ogiva nuclear não tão compacta neste míssil", comentou Vipin Narang, professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. O míssil KN-23 tem carga útil de uma tonelada.

"Kim Jong-un prometeu trabalhar em sistemas nucleares táticos. Uma maneira de fazer isso é projetar ogivas nucleares leves e compactas para combinar com mísseis de curto alcance. A outra é projetar seus sistemas de curto alcance para carregarem uma ogiva de 2,5 toneladas", disse Narang.

Chang Young-Keun, especialista em mísseis na Universidade Aeroespacial da Coreia, notou que parece difícil acreditar nos anúncios da Coreia do Norte e mais testes serão necessários para verificar o sistema.

No entanto, o novo míssil "é suficientemente poderoso apenas com explosivos convencionais e serviria como uma arma nuclear tática", segundo ele.

A versão modernizada do míssil também pode ser considerada uma resposta de Pyongyang ao míssil terrestre Hyunmoo-4 da Coreia do Sul, de acordo com Chang.

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