Relatório de EUA sobre 'interferência russa' visaria antecipar 'material comprometedor' contra Biden

Em seu novo relatório de inteligência sobre a alegada intervenção da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020, Estados Unidos continuam analisando os dados do relatório do procurador Robert Mueller sobre o "caso russo", afirmou especialista russo.
Sputnik

O relatório do Conselho Nacional de Inteligência (NIC, na sigla em inglês), desclassificado na segunda-feira (15), afirma que a Rússia tentou minar a vitória de Joe Biden, apoiar a reeleição de Donald Trump e "agravar as divisões sociopolíticas nos EUA". Segundo relatório, o Irã, Hezbollah e Cuba também estão entre os que tentaram intervir nas eleições.

Além disso, o relatório acusou o deputado ucraniano Andrei Derkach de ter desonrado Joe Biden nas eleições de 2020 por iniciativa das autoridades russas. O documento acusou uma "rede de pessoas ligadas à Ucrânia".

"Os EUA continuam analisando e seguindo os contatos e as pessoas que Mueller mencionou em seu relatório", disse à Sputnik o especialista russo do Clube Valdai e o investigador principal do Instituto dos EUA e Canadá da Academia de Ciências da Rússia, Pavel Sharikov.

"Além da Rússia, o relatório fala sobre Irã, China e outros atores, mas a ideia é que a Rússia é chamada de ameaça principal. Vemos os mesmos métodos escritos por Mueller. Tudo isso continua forte, mas com um tom ucraniano", ponderou o analista russo.

O relatório da inteligência dos Estados Unidos destaca que a Rússia supostamente interveio através de estruturas ucranianas, afirmou Sharikov.

"São mencionados os sobrenomes de parlamentares e lobistas ucranianos. E tudo isso estaria ligado à empresa Burisma, relacionada às acusações contra o filho de Joe Biden", disse analista russo.

É possível ver a tentativa de antecipar revelações sobre Biden e Burisma, segundo Sharikov.

"Provavelmente, trata-se do principal material comprometedor contra Biden e, realmente, as forças em Washington estão tentando usar isso contra ele", teoriza o analista.

Os Estados Unidos acusaram Rússia em 2016 de intervenção nas eleições presidenciais, o que Moscou negou. Baseando-se em um relatório não confirmado sobre os laços entre Trump e a Rússia, as agências de inteligência norte-americanas vigiaram os funcionários de campanha de Trump. Posteriormente, o "caso russo" foi investigado pelo procurador Robert Mueller que não encontrou provas de "conspiração de Trump com a Rússia".

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