EUA têm mil soldados 'não oficiais' no Afeganistão, alguns trabalhariam para CIA, diz jornal

Presença de militares dos EUA no Afeganistão seria maior do que a divulgada oficialmente. Washington pondera uma retirada total do país como parte de um acordo com o Talibã.
Sputnik

Citando autoridades americanas, europeias e afegãs, o jornal The New York Times reportou que os EUA têm cerca de mil soldados a mais no devastado Afeganistão do que os números oficiais divulgados pelo governo.

Oficialmente, o Pentágono afirma que suas forças no Afeganistão totalizam 2.500 soldados, mas esse número supostamente não representa com precisão o número de militares norte-americanos em solo afegão.

As forças de Operações Especiais foram retiradas dos registros, de acordo com um oficial sênior dos EUA que falou ao jornal, bem como algumas unidades que foram consideradas "temporárias" ou estão em transição da zona de guerra. Algumas dessas unidades de elite supostamente trabalham tanto para o Pentágono quanto para a CIA.

Sob o governo de Donald Trump, os EUA começaram a reduzir sua presença no Afeganistão, que estava com cerca de 12 mil soldados no ano passado. A retirada irritou alguns no Pentágono, que alegaram que precisariam de pelo menos 8.600 membros para continuar as operações de treinamento e missões de contraterrorismo no país.

Um relatório recente com a tarefa de revisar um acordo de paz com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) concluiu que 4.500 soldados seriam necessários para "proteger os interesses dos EUA" no Afeganistão.

A revelação da presença militar supostamente maior do que a relatada no Afeganistão ocorre semanas antes do prazo final de 1º de maio estabelecido por Trump para completar a retirada total. Ainda não está claro se o governo do presidente Joe Biden honrará o plano, que fazia parte de um acordo com o Talibã.

O jornal The Washington Post noticiou no sábado (13) que muitas autoridades americanas achavam improvável que todas as forças americanas deixassem o país em maio.

Os esforços recentes para encerrar o conflito de quase 20 anos no Afeganistão demoraram a produzir resultados. No entanto, o governo afegão concordou recentemente em participar de uma conferência internacional com o Talibã na Turquia no próximo mês, a convite do governo Biden.

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