Polícia de Los Angeles não estava pronta para violência após morte de George Floyd, aponta relatório

Advogado da cidade norte-americana criticou a atuação do corpo policial após a morte do afro-americano George Floyd em 25 de maio, que levou a protestos violentos, incluindo na cidade.
Sputnik

O Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD, na sigla em inglês), Califórnia, EUA, estava mal preparada para os motins violentos de maio a junho de 2020, ocasionados pelo assassinato em 25 de maio do afro-americano George Floyd às mãos de um policial branco, segundo um relatório encomendado pelo conselho municipal da cidade, publicado na quinta-feira (11).

Na opinião das autoridades, a polícia prendeu manifestantes demais, mas poucos "desorganizadores", que atiravam objetos perigosos e lasers contra a polícia. Alguns saqueadores "pareciam estar bem coordenados", usando batedores e "comboios de até dez carros" para mirar um local e partir assim que os agentes da lei chegassem, relatou.

Além disso, os policiais não pararam os tumultos a tempo e usaram demasiada munição não letal contra pessoas cujo objetivo era "criar caos e confronto com a polícia", entre outras coisas, disse o relato elaborado pelo advogado Gerald Chaleff. Foi igualmente notado o uso de recipientes cheios de urina, garrafas de água congelada e produtos químicos cáusticos como lixívia por alguns dos manifestantes.

Também houve desorganização, com o LAPD perdendo quase metade de seu pessoal de comando sênior entre 2018 e 2020, que deixou o corpo policial sem liderança qualificada em "policiamento da ordem pública".

Depois de a violência despoletar, o primeiro posto de comando só foi criado em 30 de maio, e a primeira prisão de campo em 2 de junho.

Outra crítica foi a polícia ter assumido que os protestos pela "justiça racial" seriam pacíficos, pois o LAPD "havia acreditado que as boas relações que haviam sido desenvolvidas com várias comunidades fariam com que qualquer protesto fosse pacífico, como no passado".

Ao todo, 106 policiais foram feridos durante os tumultos, escreve o relatório.

Como resultado, mais de 99% dos policiais não se sentem apoiados pelo prefeito ou pelo conselho da cidade, ao mesmo tempo que 86,33% não se sentem apoiados pela liderança do LAPD, refere o relatório.

Comentar