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Amazônia tem 7 dos 10 municípios que lideram ranking de emissões de carbono no Brasil

Sete dos dez maiores emissores de carbono do Brasil estão na Amazônia, onde o desmatamento é a principal fonte de emissões, revela a primeira edição do SEEG Municípios, uma iniciativa inédita do Observatório do Clima.
Sputnik

A versão municipal do SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, foi lançada nesta quinta-feira (4), revelando dados de todos os 5.570 municípios brasileiros. 

O levantamento realizado mostra que os dez municípios campeões de gases de efeito estufa (GEE) do Brasil emitem juntos 172 milhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO²e). Isso, segundo a rede Observatório do Clima, é mais do que alguns países inteiros, como Peru, Bélgica ou Filipinas.

Sete desses grandes emissores ficam na Amazônia, tendo o desmatamento como principal fonte de emissões: São Félix do Xingu-PA (29.768.597), Altamira-PA (23.381.897), Porto Velho-RO (22.492.817), Pacajá-PA (15.045.485), Colniza-MT (14.277.745), Lábrea-AM (13.771.531) e Novo Repartimento-PA (12.262.395). Completam a lista dos principais emissores as cidades de São Paulo-SP (17.964.207), Rio de Janeiro-RJ (11.786.733) e Serra-ES (11.517.335). 

​O levantamento, o primeiro do tipo a ser realizado em um país de grandes dimensões, cobre os anos de 2000 a 2018 e é detalhado para mais de uma centena de fontes de emissões nos setores de energia, transporte, indústria, agropecuária, tratamento de resíduos e mudanças de uso da terra e florestas.

A iniciativa tem como objetivo aumentar o conhecimento de prefeitos, câmaras de vereadores e da sociedade local de todo o país sobre a dinâmica das emissões e prover uma ferramenta para a elaboração de políticas de desenvolvimento municipal com redução de carbono, conforme explica o Observatório. Os dados completos estão disponíveis no site do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa.

​"Até hoje, menos de 5% dos municípios brasileiros tinham algum inventário de emissões de gases de efeito estufa. Agora, todos terão os dados para uma série de 20 anos e esperamos que isso sirva de estímulo para promover o desenvolvimento local com redução das emissões e enfrentamento das mudanças climáticas", explica Tasso Azevedo, coordenador-geral do SEEG, em nota enviada à Sputnik Brasil. "Como os dados são disponibilizados de forma aberta e gratuita, significam também uma enorme economia de recursos públicos, que podem ser focados nas ações para reduzir emissões", acrescenta.

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