Especialista aponta 3 razões para Pequim querer controlar o mar do Sul da China

Para especialista japonês, há três motivos principais para Pequim tentar assumir o controle do mar do Sul da China, uma região oceânica muito disputada.
Sputnik

O mar do Sul da China é a chave para a segurança de Pequim, afirma Bonji Ohara, membro sênior da Fundação Sasakawa Peace, com sede em Tóquio, Japão, à agência Anadolu na quinta-feira (25). Especialista em defesa, Ohara apontou três motivos para a China querer controlar a região.

"Em primeiro lugar, o mar do Sul da China é importante para a patrulha estratégica do SSBN [sigla em inglês para submarinos armados com mísseis balísticos nucleares] chinês, que precisa entrar no oceano Pacífico ocidental para sua dissuasão nuclear contra os EUA", começou por enumerar.

Além disso, o transporte marítimo da China precisa de rotas marítimas, ressalta Ohara. O mar do Sul da China responde por pelo menos um terço do comércio marítimo global. Embora se diga que enormes reservas de petróleo e gás natural estão abaixo do fundo do mar, é também um local de pesca crucial para a segurança alimentar.

Por fim, Ohara alerta que o mar do Sul da China servirá como uma zona-tampão para a Pequim se e quando "os EUA realizarem um ataque militar contra a China continental".

A tensão entre os dois países não diminuiu após a posse do novo presidente norte-americano. Os dois países se acusam regularmente de envolvimento em ações "desestabilizadoras" na região, especialmente no estreito de Taiwan.

Especialista aponta 3 razões para Pequim querer controlar o mar do Sul da China

Na quinta-feira (26), por exemplo, Pequim afirmou que o navio USS Curtis Wilbur atravessou o estreito de Taiwan. A China tem censurado tais travessias como violação de sua soberania, pois diz que Taipé faz parte do princípio de Uma Só China.

Para conter a influência crescente da China na região da Ásia-Pacífico, foi criado em 2017 o Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na sigla em inglês), que conta a participação dos EUA, Japão, Austrália e Índia. O acordo visa a criação de um quadro de segurança para o Indo-Pacífico, de modo a patrulhar e exercer influência do oceano Índico ao Pacífico, bem como dos disputados mares do Sul da China e da China Oriental.

A China tem reivindicações territoriais conflitantes com Brunei, Malásia, Filipinas, Vietnã e Taiwan no mar do Sul da China. Pequim ocupa cerca de 90% do mar, que abrange uma área de cerca de 3,5 milhões de quilômetros quadrados.

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