Casa 'bagunçada': ex-diplomata revela o que falta para EUA terem sucesso em confronto com China

Chas Freeman, ex-diplomata dos EUA, defende política de organização interna norte-americana antes de reforçar a política externa contra China. O assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, tem visão semelhante.
Sputnik

O ex-diplomata dos EUA, Chas Freeman, pediu a Washington que se concentrasse em fazer "reparos sérios" em casa para competir efetivamente com Pequim, enquanto o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, analisa a política norte-americana em relação à China em meio ao aumento de tensões.

Chas Freeman, que também é acadêmico e foi intérprete de Richard Nixon durante sua viagem à China em 1972, disse que a renovação doméstica é fundamental para que os EUA possam competir com sucesso com a China. A visão de Freeman é reforçada pelo assessor de Segurança Nacional, Jake Sullivan, que disse que os EUA devem lidar com a desigualdade e a disfunção dentro de suas fronteiras antes de mais nada.

Em um discurso on-line para o Instituto de Relações Exteriores de Washington neste mês, Freeman argumentou que os EUA precisavam evitar definir sua política para a China como uma luta contra o autoritarismo e se concentrar em renovar sua capacidade competitiva, de acordo com publicação do South China Morning Post.

"O foco dos EUA tem sido atrapalhar a China, em vez de melhorar nossa própria competitividade internacional", afirmou, adicionando que "sem reparos sérios para restaurar uma economia política sólida dos Estados Unidos, nosso futuro está em perigo, e não vamos estar em condições de competir com grandes potências mundiais emergentes e ressurgentes, especialmente a China".

Freeman, que também já foi secretário-assistente de Defesa dos EUA e diplomata em Pequim, disse que os EUA alienariam as nações parceiras se continuassem a definir sua relação com a China em termos de confronto, observando a resposta dos EUA à pandemia do coronavírus.

Seus comentários foram feitos no momento em que o governo Biden sinalizou que continuaria com a política dura do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em relação à China. Mas que também adotaria uma abordagem mais multilateral, permitindo alguma cooperação em questões como a mudança climática, enquanto compete e confronta a China em questões como o comércio e as práticas de direitos humanos. A equipe de Biden também destacou a renovação doméstica dos EUA como a chave para sua competição com Pequim.

Casa 'bagunçada': ex-diplomata revela o que falta para EUA terem sucesso em confronto com China

O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan declarou em um evento do Instituto da Paz dos EUA, em janeiro, que uma das melhores maneiras de reagir à China era abordar as próprias deficiências dos Estados Unidos.

"O primeiro passo é restaurar as bases fundamentais de nossa democracia. Isso se aplica a tudo, desde nosso próprio sistema democrático a questões de desigualdade racial, a questões de desigualdade econômica, todas as coisas que contribuíram para o brilho do modelo americano", enfatizou.

Durante seu discurso, Freeman também criticou a política externa do governo Trump, alegando que os EUA foram "consistentemente os iniciadores" do conflito com Pequim, sem uma estratégia de longo prazo para competir.

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