Novo relatório confirma envolvimento de príncipe saudita no assassinato de Jamal Khashoggi em 2018

O lançamento do documento marcaria um novo capítulo na relação EUA-Arábia Saudita, e demonstraria um rompimento com a dinâmica amigável que Donald Trump empreendeu com Riad durante seu governo.
Sputnik

Nesta quinta-feira (25), o governo dos Estados Unidos divulgará o relatório de inteligência que conclui que o príncipe saudita Mohammed bin Salman aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, segundo a NBC News.

Na quarta-feira (24), a secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse aos repórteres que o presidente Joe Biden se comunicaria com o rei saudita, e não com seu filho, o príncipe herdeiro, sobre o relatório. A secretária confirmou que o documento estava sendo preparado para divulgação em breve. Também na quarta-feira (24), à noite, Biden confirmou aos repórteres que havia lido a reportagem, segundo a mídia.

A avaliação do relatório, baseada em grande parte no trabalho da CIA, não é nova, e já se tinha conhecimento sobre o documento em 2018. Porém, seu lançamento público, marcará um novo capítulo significativo na relação EUA-Arábia Saudita, e uma clara ruptura do presidente Joe Biden com a política do ex-presidente Donald Trump que traçou forte aliança com Riad durante seu mandato, de acordo com a mídia.

Jamal Khashoggi tinha 59, era saudita e trabalhava como colunista do Washington Post quando foi atraído para o consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2 de outubro de 2018, e morto por uma equipe de agentes de inteligência saudita. Equipe essa que teria laços estreitos com o príncipe herdeiro. Seu corpo foi parcialmente desmembrado e os restos mortais nunca foram encontrados.

Depois de negar o assassinato, o governo saudita mudou de curso, e afirmou que Khashoggi foi morto por acidente enquanto a equipe tentava extraditá-lo à força. Os sauditas dizem que o time agiu sozinho e que o príncipe herdeiro não estava envolvido. Oito homens foram condenados em um julgamento que os observadores internacionais chamaram de farsa, cinco receberam a pena de morte. Suas sentenças foram comutadas para 20 anos depois de terem sido supostamente perdoados pelos parentes de Khashoggi.

A CIA apresentou sua avaliação à Casa Branca em 2018, mas ela não pareceu mudar as relações amigáveis ​​entre Trump e Riad, principalmente com príncipe Mohammed bin Salman.

Novo relatório confirma envolvimento de príncipe saudita no assassinato de Jamal Khashoggi em 2018

Esse ano, a nova administração de Joe Biden, encerrou o apoio americano à guerra da Arábia Saudita no Iêmen, e, segundo a secretária de Imprensa, "a intenção do presidente, como é a intenção deste governo, é recalibrar nosso compromisso com a Arábia Saudita", disse Psaki citada pela mídia.

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