Limitação de inspeções nucleares do Irã pela AIEA é 'ameaça' que exige 'resposta', afirma Israel

Tel Aviv tem se oposto à obtenção de armas nucleares por Teerã, alegando que o enriquecimento de urânio conduzido pela nação persa tem o objetivo de expandir sua influência no Oriente Médio.
Sputnik

Gabi Ashkenazi, ministro das Relações Exteriores de Israel, atacou na quarta-feira (24) a intenção de Teerã de limitar as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em suas instalações nucleares, escreveu o jornal The Jerusalem Post.

"Israel vê este passo como uma ameaça que não deve passar sem resposta", afirmou.

"Nunca permitiremos que o Irã controle a capacidade de adquirir uma arma nuclear", acrescentou o chanceler israelense.

Além disso, Benny Gantz, ministro da Defesa de Israel, declarou na quarta-feira (24), citado pelo jornal The Jerusalem Post, que qualquer acordo que o Irã pudesse ter fechado com outras partes potenciais do tratado deveria ser "um acordo que terminasse seu projeto nuclear, permitisse supervisão e inspeção eficazes a longo prazo, e pusesse um fim à entrada iraniana na Síria, no Iêmen e no Iraque".

Segundo ele, as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão agora se preparando para vários cenários, incluindo um em que Israel precisaria "impedir o Irã de obter armas nucleares". Em referência aos recentes passos do Irã para desenvolver capacidade nuclear, o ministro israelense afirmou que as potências mundiais deveriam unir seus esforços porque o Irã é "um problema global e regional" que ameaça Israel.

Limitações de urânio do Irã

O Irã assinou em 2015 o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear, com o grupo de países P5+1, que exigiu que o Irã reduzisse seu programa nuclear e diminuísse suas reservas de urânio em troca de alívio de sanções.

No entanto, a administração de Donald Trump (2017-2021) retirou-se do acordo unilateralmente em 2018 e reinstituiu sanções a Teerã, o que levou a República Islâmica a abandonar gradualmente suas obrigações com os termos do acordo.

O governo israelense sempre se opôs ao acordo nuclear, com Benjamin Netanyahu, premiê de Israel, dizendo recentemente que Tel Aviv não confiaria no acordo nuclear, e que "faria tudo" para evitar que Teerã se apoderasse de armas nucleares, apesar de Joe Biden, presidente dos EUA, expressar vontade de regressar ao JCPOA.

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