Turquia convoca diplomata dos EUA após comentários sobre morte de turcos no Iraque

O Ministério das Relações Exteriores da Turquia convocou o embaixador dos EUA, David Satterfield, depois que o Departamento de Estado norte-americano fez comentários sobre a morte de 13 cidadãos turcos no Iraque.
Sputnik

Um representante do ministério turco disse à Sputnik nesta segunda-feira (15) que "o embaixador dos EUA David Satterfield foi convocado para comparecer ao ministério hoje [15] e transmitimos enfaticamente nossa reação à declaração dos EUA".

O duplo padrão do mundo ocidental em relação ao terrorismo e sua abordagem seletiva sobre "bons" e "maus" terroristas continuam.

O Departamento de Estado dos EUA afirmou neste domingo (14) que o governo norte-americano deplorava a morte de cidadãos turcos no Curdistão e ofereceu suas condolências aos familiares das vítimas. No entanto, Washington disse que apenas condenaria os assassinatos se os relatos de que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em idioma curdo) era o responsável fossem confirmados. 

O ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, afirmou ontem (14) que 13 turcos, que tinham sido sequestrados anteriormente e entre os quais havia policiais, foram mortos a tiros por militantes do PKK. As vítimas foram encontradas em um complexo de cavernas na região iraquiana de Gara, perto da fronteira turca, durante a Operação Pence Kartal-2 (Garra de Águia, em tradução livre do turco) contra o PKK, lançada no último dia 10 e cujo objetivo era libertar os reféns.

Por sua vez, o presidente da Turquia Recep Tayyp Erdogan acusou nesta segunda-feira (15) o governo dos Estados Unidos de apoiar militantes curdos, durante um pronunciamento aos apoiadores de seu partido, Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), em um congresso na cidade de Rize, no litoral do mar Negro.

"Vocês [EUA] não disseram que não apoiam o PKK, o YPG ou o PYD? Vocês estão com eles e por trás deles, pura e simplesmente", disse Erdogan, citado pela agência de notícias Associated Press, ao se referir aos grupos curdo-sírios vinculados ao PKK, que a Turquia considera terroristas, mas que se aliaram aos Estados Unidos na luta contra o Daesh, organização terrorista que também é conhecida como Estado Islâmico e banida na Rússia e em outros países.

"Se estamos juntos na OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], e se vamos continuar com nossa [aliança] na OTAN, vocês [EUA] precisam ser sinceros conosco [...] Vocês não devem ficar ao lado dos terroristas, vocês devem ficar ao nosso lado'', concluiu o presidente turco.

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