Trump teria se recusado a dissuadir manifestantes no Capitólio em conversa com líder republicano

Em 6 de janeiro, dia em que o Capitólio dos EUA foi invadido por manifestantes, o ex-presidente americano Donald Trump conversou por telefone com o líder republicano na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.
Sputnik

Naquele dia Trump se recusou a dissuadir seus apoiadores de atacar o Capitólio, mesmo quando foi "implorado" por McCarthy, informou nesta sexta-feira (12) a CNN citando legisladores informados sobre a conversa.

"Bem, Kevin, acho que estas pessoas estão mais transtornadas com a eleição do que você", teria dito o ex-presidente dos EUA a McCarthy em uma conversa que foi descrita pelas fontes como "um confronto de gritos".

Segundo a notícia, o líder republicano ficou furioso, dizendo a Trump que amotinados estavam invadindo seu escritório pelas janelas.

Parlamentares a par da conversa sustentaram que o ex-presidente não tinha intenção de pedir a seus apoiadores que abandonassem o Capitólio, mesmo quando os congressistas lhe imploraram para o fazer.

CNN informou que foi Jaime Herrera Beutler, membro da Câmara dos Representantes, a primeira a revelar sobre a briga entre Trump e McCarthy.

"Aquela linha aí demonstra para mim que ou ele não se importava, o que é motivo para impeachment, porque você não pode permitir um ataque em seu solo, ou ele queria que isso acontecesse e para ele isso estava OK, o que me deixa tão zangada."

Representante republicano de Ohio, Anthony Gonzalez, disse à CNN que acreditava que a recusa de Trump de dissuadir os apoiadores "fala" sobre sua "mentalidade".

"Ele não teve pena de ver seu inflexivelmente fiel vice-presidente ou o Congresso sob ataque da multidão que ele incitou. Aliás, parece que ele estava feliz com isso ou pelo menos gostou das cenas que foram horríveis para a maioria dos americanos por todo o país."

O ex-presidente dos EUA é acusado de "incitação à insurreição" por incentivar o ataque ao Capitólio. No entanto, ele nega a responsabilidade pelos atos violentos cometidos durante a invasão onde morreram cinco pessoas, insistindo que ele nunca quis ver violência nas ruas dos EUA.

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