Supremo Tribunal do Paquistão libera radical islâmico condenado por decapitar jornalista americano

O Supremo Tribunal do Paquistão ordenou a liberação de um radical islâmico condenado pela decapitação do jornalista americano Daniel Pearl, deixando a família da vítima "completamente em choque".
Sputnik

Ahmed Omar Saeed Sheikh, o principal suspeito pelo sequestro e assassinato do repórter do jornal americano The Wall Street Journal em 2002, foi absolvido por um coletivo de três juízes.

"Por maioria de dois contra um, os juízes absolveram todos os acusados e ordenaram a liberação deles", contou o advogado-geral provincial Salman Talibuddin à agência Reuters.

Pearl, que na época tinha 38 anos, estaria investigando militantes islâmicos em Karachi, no Paquistão, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, quando foi sequestrado. O caso ganhou visibilidade em todo o mundo após um vídeo da decapitação de Pearl ter aparecido semanas depois do seu sequestro.

Supremo Tribunal do Paquistão libera radical islâmico condenado por decapitar jornalista americano
Sheikh e três coacusados serão liberados imediatamente se não forem exigidos em nenhum outro caso, de acordo com uma breve ordem do chefe do coletivo judicial, o juiz Mushir Alam, conta a mídia americana.

Um tribunal superior trocou, no ano passado, a pena de morte do acusado por prisão perpétua, e absolveu seus três coacusados por falta de provas.

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O governo norte-americano e os pais de Pearl foram contra essa decisão, pedindo ao tribunal que voltasse a instaurar a pena de morte, mas tal requerimento acabou sendo rejeitado pelo Supremo Tribunal do Paquistão nesta quinta-feira (28). A família do jornalista assassinado ficou "completamente em choque", contou Faisal Siddiqi, advogado da família Pearl, citado pela Reuters.

Siddiqi acrescentou, no entanto, que a decisão em causa foi uma falsa justiça, e que "nenhuma injustiça vai derrotar nossa determinação de lutar por justiça para Daniel Pearl".
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