MRE russo: há muita gente nos EUA querendo travar guerra com Irã sob pretexto da ruptura do JCPOA

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, não descartou que nos Estados Unidos ainda há muita gente interessada em iniciar guerra contra o Irã sob o pretexto de ruptura do acordo nuclear com a nação persa.
Sputnik

"Tanto nos EUA – na administração Trump – como no exterior houve muita gente disposta a fazer com que a história da saída dos EUA do JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global] fosse usada para provocar o Irã e, assim, começar outra guerra. Deste modo, não fazer com que a administração Trump fosse uma exclusão, em comparação com suas predecessoras", declarou o chanceler russo nesta terça-feira (26) após conversações com seu homólogo iraniano Mohammad Javad Zarif.

Além disso, Lavrov assegurou que a Rússia vai continuar com todos os esforços para que, em um futuro próximo, os EUA e o Irã voltem a cumprir o acordo.

"Nós estamos fazendo todo o possível para encontrar agora, aproveitando os anúncios de Joe Biden e seus colegas do interesse de voltar ao JCPOA, para que, nestas aspirações, todos juntos – com o Irã, com os europeus e a China, em um futuro próximo, achemos os caminhos certos a fim de que todos os participantes do JCPOA voltem a cumprir seus compromissos e, assim, readquiram na diplomacia internacional este grandioso cumprimento no âmbito da garantia de não proliferação de armas nucleares, e também saquem os trunfos dos que desejem exacerbar ao máximo e levar a situação a um estágio quente", anunciou Lavrov.

No que diz respeito às relações entre Moscou e Teerã, estas não dependerão dos "caprichos" dos EUA, que tencionam danificar a parceria entre os dois países através da imposição de sanções, ressaltou o ministro russo.

"Nossas relações estão sendo desenvolvidas, a partir dos interesses de ambas as nações, e construímos nossos planos, sem olharmos para nenhum lado terceiro", ressaltou Lavrov, que adicionou que alguns jogadores internacionais tentam limitar a cooperação russo-iraniana, usando formas ilegais e "abusando" de restrições unilaterais, que contradizem a lei internacional.

O JCPOA foi celebrado em 2015 pelo Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, EUA, França e Irã, para o cancelamento das sanções contra nação persa em troca da restrição do programa nuclear iraniano. Porém, em maio de 2018, os EUA anunciaram a saída unilateral do acordo e a restauração das sanções contra Teerã.

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