Trazido de volta por Biden, Anthony Fauci descreve como 'libertador' não trabalhar mais para Trump

Um dos maiores especialistas na área da infectologia, banido por Trump, diz estar aliviado em poder trabalhar ao lado da ciência e não de afirmações equivocadas sobre a COVID-19.
Sputnik

Na quarta-feira (22), em seu primeiro briefing na Casa Branca como principal conselheiro do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a pandemia da COVID-19, Anthony Fauci disse que era "libertador" poder se concentrar na ciência sem medo, agora que o ex-presidente Donald Trump havia deixado o cargo, segundo o The Guardian.

"Uma das coisas que vou fazer é ser totalmente transparente, aberto e honesto. Se as coisas derem errado, não apontar dedos, mas corrigi-los. E fazer com que tudo o que fazemos seja baseado em ciência e evidências", disse Fauci citado pela mídia. 

Questionado por jornalistas sobre sua experiência com o governo anterior e o novo, Fauci respondeu timidamente a princípio, dizendo que não tinha certeza se poderia "extrapolar" com base nas primeiras impressões, mas que "não quer voltar à história".

"Obviamente, não quero voltar na história. Estava muito claro que coisas que foram ditas, seja sobre a hidroxicloroquina [sugerida como tratamento contra o coronavírus por Trump] e outras coisas assim, foram realmente desconfortantes porque não eram baseadas em dados científicos de fato", disse o imunologista.

A abordagem honesta de Fauci sobre os fracassos dos EUA em lidar com a pandemia o colocou em conflito com o ex-presidente, que repetidamente declarou vitória prematura sobre o vírus, e lançava afirmações consideradas irresponsáveis quanto ao uso de máscaras e medidas de isolamento. Por não terem um discurso alinhado, Trump acabou banindo Fauci da Casa Branca e começou a atacá-lo no Twitter.

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Sobre o novo governo, Fauci contou que poucos momentos antes da conferência de imprensa teve uma conversa de 15 minutos com o presidente Joe Biden, na qual ficou evidente o intuito do novo presidente em caminhar junto à ciência.

"A ideia de que você pode chegar aqui e falar sobre o que você sabe, sobre evidências, sobre o que a ciência é e deixar a ciência falar, é uma sensação libertadora", disse Fauci.

O imunologista também adicionou ao briefing que, com base em médias dos últimos sete dias, o coronavírus pode estar se estabilizando nos EUA, mas alertou que sempre podem haver atrasos nos relatórios de dados. "Uma das novidades deste novo governo: se você não sabe a resposta, não adivinhe", disse Fauci.

Em uma reunião virtual antes da conferência, Fauci também anunciou que os Estados Unidos retomarão o financiamento para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e se juntarão a seu consórcio que visa compartilhar vacinas contra o coronavírus de forma justa em todo o mundo. E que querem retornar ao "envolvimento regular" com a organização e também "cumprir suas obrigações financeiras" de acordo com a ABC News.

"Tenho a honra de anunciar que os Estados Unidos continuarão sendo membros da Organização Mundial da Saúde", disse Fauci citado pela mídia.

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