O estudo foi publicado na quarta-feira (20) na revista Plos One.
Há muito tempo tentam descobrir quando o primeiro dinheiro surgiu e com era sua aparência. Levando em consideração que o principal atributo do dinheiro é padronização e caráter universal, arqueólogos procuram em túmulos e tesouros grande quantidade de artefatos iguais, que pudessem ser utilizados como moeda.
Os pesquisadores da Universidade de Leiden (Países Baixos) Maikel Kuijpers e Catalin Popa estudaram mais de cinco mil artefatos de mais de 100 tesouros da Europa Central, da Idade do Bronze (3750 a.C. – 600 a.C.), avaliando-os quanto à padronização.
Os autores do estudo revelaram que faixas curvas, anéis-pulseiras e lâminas de machado de bronze eram idênticos na maioria dos tesouros – uma pessoa que avaliaria o peso a olho não notaria nenhuma diferença. Assim, o peso de 70% das faixas de bronze encontradas no território contemporâneo da Alemanha, Áustria, República Tcheca, Eslováquia e Polônia, correspondeu a 195 gramas.
Os cientistas sugerem que estes artefatos, padronizados na forma e peso em sua totalidade, tenham sido usados como dinheiro primordial que circulava pelo enorme território da Europa. A hipótese pode ser confirmada ainda mais pelo fato de os arqueólogos frequentemente descobrirem tesouros repletos de artefatos semelhantes a estes.
Nas descobertas mais recentes, além de artefatos inteiros, arqueólogos encontram com mais frequência partes destes, tanto separadamente como ligadas entre si, o que aponta, segundo cientistas, aparecimento de instrumentos de pesagem mais exatos e sistema de contagem mais desenvolvido.
"Consideramos que a fabricação de cópias quase idênticas de anéis, lâminas e gumes de machado e sua utilização como moeda-mercadoria levou a uma aceitação mais ampla dos padrões de peso e o surgimento do sistema de peso na Europa Central", concluíram os autores do artigo.