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'Minoria barulhenta' quer adiar Enem, diz ministro da Educação

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse nesta terça-feira (12) que o Enem não será adiado, como pediram entidades estudantis em virtude do aumento de casos do coronavírus no Brasil. 
Sputnik

Em entrevista para a CNN Brasil, ele disse que uma "minoria barulhenta" é que deseja a remarcação da prova. O exame está marcado para os dias 17 e 24 de janeiro. Uma versão digital está prevista para 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Os candidatos só puderam se candidatar a uma das modalidades.

"Uma minoria, barulhenta, mas minoria. Neste ano, colocamos muito mais recursos para alugarmos mais salas, para haver o distanciamento preconizado pelas autoridades sanitárias", afirmou Ribeiro.

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) pediram o adiamento da prova, assim como a Defensoria Pública da União. O tema também se tornou um dos destaques do Twitter, com muitos candidatos defendendo que a prova seja remarcada.

"Não vamos adiar o Enem. Primeiro porque tomamos todos os cuidados de biossegurança possíveis. Queremos dar tranquilidade para você que vai fazer a prova, assim como aconteceu no domingo, em menor proporção, claro, no exame da Fuvest [exame de vestibular da USP]", disse o ministro. 

O exame estava previsto inicialmente para novembro de 2020, mas foi adiado após pressão da sociedade e do Congresso. À época, o governo resistiu às mudanças. 

'A vida continua'

O diretor responsável pelo Enem no Inep, Carlos Roberto Pinto de Souza, que chefiava a pasta de Avaliação da Educação Básica do órgão, morreu nesta segunda-feira (11), aos 59 anos, vítima da COVID-19. Na entrevista, Ribeiro lamentou a morte e disse que que "a vida continua". 

"Era uma pessoa muito dedicada, muito querida por todos nós. Ele estava internado há alguns dias e registramos isso com pesar. Quero registrar a morte de outro educador, o Antônio Veronezi, muito amigo meu, muito dedicado, que faleceu de COVID-19. Mas a vida continua, não podemos parar. Temos que seguir em frente", afirmou. 

Para exigir o adiamento, as entidades estudantis alegam que os protocolos de segurança divulgados pelo Ministério da Educação não são suficientes para garantir a segurança sanitária da prova. O exame tem 5,7 milhões de inscritos. Ribeiro, por sua vez, defende a atuação da pasta

"Neste ano, colocamos muito mais recursos para alugarmos mais salas, para haver o distanciamento preconizado pelas autoridades sanitárias", disse o ministro. "É bom eu aproveitar essa oportunidade para dizer que um semestre a menos, se perdermos o Enem, vai atrapalhar toda a programação de acesso dos estudantes às escolas federais e públicas", acrescentou. 
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