Guerreiros do Ártico: o que acontece com o Exército da Rússia a 50 °C negativos?

Praticamente todo o arsenal dos militares russos – armas e equipamentos – é desenvolvido para ser usado a temperaturas que oscilam entre -50 e + 50 graus Celsius.
Sputnik

Se com o calor tudo é mais ou menos compreensível, durante frio extremo as táticas e estratégias das operações de combate são radicalmente alteradas.

De acordo com a ciência militar, inverno e verão são consideradas as estações mais favoráveis para o combate, sendo que o solo fica congelado ou seco, tendo em conta o clima na Rússia.

Na primavera e outono o avanço dos comboios militares é muito dificultado pelas condições enlameadas do solo. No entanto, no inverno é extremamente difícil executar grandes operações ofensivas.

Em primeiro lugar, os dias são muito curtos, o que reduz significativamente o tempo de que um comandante dispõe para realizar ações decisivas.

Guerreiros do Ártico: o que acontece com o Exército da Rússia a 50 °C negativos?

Em segundo lugar, as forças em ofensiva estão restringidas a estradas, por isso têm uma formação estreita, o que significa que são vulneráveis a ataques de flanco.

O terceiro ponto importante é que, tendo em conta o clima rigoroso da Rússia, uma nevasca repentina pode obrigar a grandes ajustes nos planos, uma vez que a neve esconde bem os pontos de referência predeterminados no terreno.

Em quarto lugar, o "verde" das árvores já não disfarça, assim torna-se muito mais difícil para as tropas que avançam se moverem dissimuladamente pela floresta, mesmo uma pequena subunidade é facilmente detectada do ar entre as árvores nuas.

Guerreiros do Ártico: o que acontece com o Exército da Rússia a 50 °C negativos?

Por fim, em quinto lugar, durante a estação fria as operações de combate exigem capacidade máxima das unidades de apoio logístico, que precisam fornecer roupas e calçado aos agrupamentos militares, entregar a tempo às unidades blindadas combustível, óleos e lubrificantes e assegurar a entrega atempada de munições para as posições de fogo.

Em termos de tática, no inverno é muito mais fácil defender do que atacar. Uma unidade militar entrincheirada de forma correta é uma força formidável. O inimigo tem que atacar este "baluarte" de frente, sob fogo de metralhadoras e artilharia, avançando com dificuldade, ficando atolado na neve e detonando campos minados.

O Exército da Rússia está preparado para combater tanto no calor como no frio. A formação mais "resistente ao frio" é considerada a Frota do Norte. Além disso, as brigadas estão sendo reforçadas com novos equipamentos militares, incluindo tanques T-80BVM e sistemas de mísseis antiaéreos Shtil-1 e Tor-M2DT, desenvolvidos para o Ártico.

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