Para Gorbachev, a abordagem fundamental manifestada na declaração conjunta que resultou da cúpula que ele manteve em 1985 com o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, não perdeu relevância.
"Uma guerra nuclear é impossível de vencer, nunca pode ser travada, então as partes renunciam a buscar a superioridade militar. Recentemente, a propósito, a Rússia sugeriu que os EUA reafirmassem essa abordagem. Agora que chega um novo governo, vale a pena reiterar a proposta", disse o ex-líder soviético, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1990.
Em julho do ano passado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, expressou preocupação com o fato de Washington ter mantido a iniciativa de Moscou engavetada por dois anos.
"Estamos particularmente preocupados com a recusa bienal dos EUA em reafirmar um princípio fundamental: a premissa de que não pode haver vencedores em uma guerra nuclear e, portanto, nunca deve ser desencadeada", disse o ministro russo na época.
O governo do presidente estadunidense Donald Trump retirou-se em 2019 do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário firmado 1987, uma saída que também colocou em risco a extensão do novo tratado START, assinado com a Rússia em 2010, e que expira agora em 2021.
Em dezembro de 2020, Lavrov disse em uma entrevista à Sputnik que a Rússia estava pronta para futuras negociações com os EUA sobre o controle de armas e que esperava que a nova administração norte-americana concordasse que a extensão do Novo START serviria aos interesses de segurança de ambos os países e de toda a comunidade internacional.