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Luiz Fux exonera servidor que tentou reservar vacinas para ministros do STF

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux determinou nesta segunda-feira (28) a exoneração do secretário de serviços integrados de saúde da Corte, Marco Polo Dias Freitas.
Sputnik

Segundo informações do jornal O Globo, ao tomar a decisão, o ministro Luiz Fux disse que, sem o seu conhecimento, o secretário solicitou à Fiocruz uma espécie de reserva de sete mil vacinas contra a COVID-19, furando a fila de prioridades da vacinação. "Sempre fui contra privilégios", afirmou Fux ao anunciar a decisão.

Curiosamente, Luiz Fux havia defendido o STF, no dia 23 de dezembro, pela tentativa de furar a fila de vacinação no Brasil. No dia 30 de novembro, o órgão pediu à Fiocruz que reservasse sete mil doses para imunizar ministros e servidores. O documento foi assinado pelo diretor-geral do Supremo, Edmundo Veras dos Santos Filho.

O ofício justifica o pedido de reserva de imunizantes para o STF e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alegando que os servidores desempenham "papel fundamental no país", e que muitos deles fazem parte dos chamados grupos de risco.

"Tal ação tem dois objetivos principais. O primeiro é a imunização do maior número possível de trabalhadores de ambas as casas, que desempenham papel fundamental no país e têm entre suas autoridades e colaboradores uma parcela considerável de pessoas classificadas em grupos de risco", diz um trecho do documento.

Luiz Fux exonera servidor que tentou reservar vacinas para ministros do STF
Na época, questionado a respeito do pedido, Fux disse não ver nada de errado na "carteirada". "Temos que nos preocupar para não pararmos as instituições fundamentais do Estado", justificou.

O ministro ainda complementou dizendo que o tribunal fez o pedido "de forma delicada, ética". A Fiocruz, por sua vez, respondeu que destinaria suas vacinas ao Ministério da Saúde, sem atender a "qualquer demanda específica".

A posse de Fux

Para quem não lembra, a posse de Luiz Fux para presidência do STF foi polêmica. Durante a pandemia da COVID-19 no Brasil, o ministro promoveu um evento na contramão das recomendações sanitárias, uma cerimônia presencial seguida de um coquetel. A festa deixou ao menos dez autoridades infectadas. Além do homenageado, contraíram o vírus o presidente da Câmara e o procurador-geral da República.

A presidente do Tribunal Superior do Trabalho, que entrou na lista dos contaminados, precisou ser transferida para um hospital em São Paulo. Passou 16 dias internada e teve que receber oxigênio por um cateter.

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