Pompeo pede eleições livres na Nicarágua: 'Os EUA não hesitarão em impor outras consequências'

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acusou nesta quinta-feira (24) o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, de minar a democracia no país ao aprovar uma polêmica lei a alguns meses antes das eleições nacionais, que serão realizadas no segundo semestre de 2021.
Sputnik
"Para o bem do povo da Nicarágua, mais uma vez apelamos a Ortega para que mude de rumo, respeite os direitos humanos e as liberdades fundamentais e permita eleições livres e justas. Do contrário, os EUA não hesitarão em impor outras consequências", disse Pompeo, por meio de comunicado.

A lei a que Pompeo se refere entrou em vigor nesta terça-feira (22). A norma, que foi promovida pelo próprio presidente Ortega e aprovada pelo Congresso, afirma que "quem exigir, exaltar e aplaudir a imposição de sanções contra o Estado da Nicarágua" não poderá concorrer a cargos eleitos pelo povo. Eles também serão considerados "traidores da pátria" e podem ser processados criminalmente.

A acusação dos críticos da lei é que a norma pode abrir caminho para impedir que opositores do governo concorram democraticamente nas eleições do país.

"A implementação disso vai minar ainda mais as instituições e processos democráticos ao proibir que figuras da oposição se candidatem às eleições, ameaçando transformar as eleições de 2021 em uma 'eleição' apenas no nome", disse o secretário de Estado dos EUA.

Pompeo prometeu que os Estados Unidos não tolerarão "essas ameaças à democracia da Nicarágua".

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Nesta segunda-feira (21), o governo norte-americano anunciou sanções contra três cidadãos nicaraguenses: o vice-presidente da Suprema Corte de Justiça da Nicarágua, Marvin Ramiro Aguilar García; o deputado da Assembleia Nacional, Walmaro Antonio Gutiérrez Mercado, e o chefe da Polícia Nacional do departamento de León, Fidel de Jesús Domínguez Álvarez. O motivo é justamente a lei que entrou em vigor na Nicarágua nesta terça-feira (22).

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