Argentina aprova vacina da Pfizer enquanto ainda tenta negociar a compra do imunizante

O governo argentino trabalha para destravar as negociações com a farmacêutica norte-americana: o imbróglio envolve a aprovação de uma lei no Congresso que garanta a imunidade da Pfizer à justiça local.
Sputnik

A Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) da Argentina aprovou nesta quarta-feira (23) o uso emergencial da vacina da Pfizer contra o novo coronavírus no país.

Segundo a ANMAT, a vacina da Pfizer "apresenta uma relação risco-benefício aceitável que permite subsidiar a concessão do registro e a autorização condicional do produto para a indicação solicitada", conforme informa a AP.

Esta é a primeira vacina contra a COVID-19 autorizada na Argentina. No entanto, o governo do país ainda tenta um acordo para a compra da vacina produzida pela farmacêutica norte-americana.

O imbróglio entre o governo local e a Pfizer envolve a exigência da aprovação de uma lei no Congresso argentino que garanta a imunidade da Pfizer à justiça local, cláusula comum imposta pelos laboratórios produtores da vacina contra possíveis litígios. A regra que foi aprovada na Argentina no final de outubro permite apenas uma mudança de jurisdição previamente definida em contrato – medida que não teria satisfeito a Pfizer.

O Ministro da Saúde argentino, Ginés González García, chegou a afirmar nesta semana que a Argentina não havia chegado a um acordo com a Pfizer porque a farmacêutica exige "condições um tanto inaceitáveis"​.

Argentina aprova vacina da Pfizer enquanto ainda tenta negociar a compra do imunizante

Enquanto tenta destravar as negociações com a Pfizer, a Argentina aguarda, nesta quinta-feira (24), a chegada das primeiras 300 mil doses da vacina russa Sputnik V. O presidente argentino, Alberto Fernández, ainda não especificou com qual vacina começará a imunizar os argentinos, mas garantiu que o país vai "vacinar a todos, estamos trabalhando para isso".

A COVID-19 na Argentina já causou mais de 42 mil mortes, além de ter infectado mais de 1,5 milhão de pessoas, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

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