Homem condenado à prisão perpétua nos EUA por vender maconha é libertado após 12 anos

Em 2008, agente à paisana comprou de Fate Winslow US$ 20,00 da droga, o equivalente a R$ 100,00. A sentença foi agravada porque ele tinha antecedentes criminais.
Sputnik

Um desabrigado que em 2008 vendeu US$ 20,00 (R$ 100,00 no câmbio atual) de maconha a um agente disfarçado e pegou prisão perpétua foi libertado após cumprir 12 anos, informou a rede de TV a cabo CNN.

Fate Winslow foi abordado em Shreveport, no estado de Louisiana, por um homem querendo comprar a droga. Ele pediu a bicicleta de um amigo e voltou dez minutos depois com dois pequenos sacos de cannabis, de acordo com o Projecto Inocência Nova Orleans (INPO), uma organização que luta para revisar casos de pessoas condenadas à prisão perpétua.

O agente prendeu Winslow e como ele tinha três antecedentes - um roubo de uma loja aos 17 anos em 1985, um roubo de carro em 1995 e posse de cocaína quando tinha 36 anos -, a venda condenou Winslow a passar o resto da vida atrás das grades.

Na quarta-feira (16), Winslow foi libertado depois da revisão de seu caso. A promotoria de Louisiana, de acordo com a IPNO, concordou que Winslow não teve uma defesa eficiente em seu julgamento. 

O exemplo de Winslow destaca as questões no âmbito do sistema de justiça criminal, disse o IPNO em uma declaração.

"Há centenas de pessoas cumprindo penas de prisão perpétua por crimes não violentos em Louisiana", disse Jee Park, advogado de Winslow e o diretor-executivo do IPNO. "Em vez aplicar a lei ao pé da letra contra Winslow e condená-lo à prisão perpétua só porque a lei prevê isso, não significa que seja constitucional, legal e humano. Ele recebeu uma pena obscenamente excessiva dadas as circunstâncias da sua vida e do seu crime, e hoje, estamos corrigindo essa sentença inconstitucional e desumana".

Faith Winslow Canada, filha de Fate, expressou sua alegria em um comunicado.

"Meu pai e eu nos aproximamos enquanto ele estava preso. Mal posso esperar para tê-lo de volta totalmente na minha vida. Doze anos é muito tempo. Tempo demais. Ele merece uma segunda oportunidade e eu estou muito contente por ele ter uma", disse.

Com 15 estados e a capital federal legalizando a cannabis para uso recreativo, a droga tornou-se uma indústria multibilionária nos Estados Unidos, embora continue a ser ilegal sob lei federal.

Fora do âmbito norte-americano, a Organização das Nações Unidas já retirou a maconha da lista das drogas mais perigosas.

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