Dois dos maiores ciclones no polo norte de Júpiter podem ser vistos na nova animação de fotos tiradas pela sonda Juno a cerca de 30 mil quilômetros de altitude do topo das nuvens do planeta. As nuvens exteriores nos ciclones estão girando no sentido anti-horário, enquanto as interiores estão se movendo no sentido horário, o que é "bastante estranho", disse a desenvolvedora da câmera da Juno e cientista sênior do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, Arizona (EUA), Candice Hansen em 11 de dezembro na conferência anual da União Americana de Geofísica, citada pela Live Science.
Ciclones polares em Júpiter criam aglomerado em redemoinho
Segundo a especialista, as diferentes direções de rotação nos ciclones podem ter a ver com sua estrutura vertical. "Pode ser que estas nuvens estejam em níveis diferentes da atmosfera", adicionou a cientista.
O equipamento científico da sonda fornece observações de zonas atmosféricas mais quentes e secas do que as áreas circundantes. Estes pontos quentes da atmosfera de Júpiter provocam descargas elétricas, formando "bolas de cogumelos", isto é, granizo de lamas de amônia e água em altas altitudes, revelaram os especialistas da sonda na reunião, na qual eles também apresentaram as descobertas da sonda mais recentes.
A compreensão dos gigantes gasosos com atmosferas profundas como a de Júpiter exige olhar muito abaixo da camada de nuvens, e a Juno "faz exatamente isso", declarou o pesquisador principal da Juno Scott Bolton.
"As observações da sonda espacial estão lançando luz sobre antigos mistérios e colocam novas perguntas – não somente sobre Júpiter, mas sobre todos os mundos de gigantes gasosos", concluiu ele.
A missão da sonda Juno, lançada em 5 de agosto de 2011, tem coletado dados de Júpiter desde 2016. Recentemente, Juno completou sua 29ª órbita em torno do gigante gasoso, revelando pistas sobre aglomerados de ciclones em Júpiter.