Polícia de Itália prende suspeitos que teriam hackeado empresa ligada à OTAN

A Leonardo, empresa aeroespacial e eletrônica italiana, que teve 94 computadores infectados por malware, relatou ter ela própria detectado fluxos de dados suspeitos ainda em 2017.
Sputnik

A polícia italiana prendeu dois suspeitos de estarem ligados ao hacking da empresa aeroespacial italiana Leonardo", disseram os promotores na cidade de Nápoles, no sul do país, citados pela agência Reuters no sábado (5).

O grupo Leonardo, sediado em Roma, inclui uma divisão de cibersegurança, que tem a OTAN entre seus clientes, estando envolvido na fabricação de armas eletrônicas e mísseis.

Os hackers suspeitos, detidos no sábado (5), que dizem ser um ex-funcionário e um empreiteiro, conseguiram roubar dados sensíveis dos computadores da empresa entre 2015 e 2017.

Arturo D'Elia foi identificado como o suposto hacker, enquanto Antonio Rossi, um ex-funcionário da empresa, foi colocado em prisão domiciliar.

A informação foi roubada com "objetivos ilícitos que ainda estão sendo investigados", disse a polícia.

Ataque de malware

Segundo os promotores, citados pelo jornal La Repubblica, um ex-funcionário da empresa infectou 94 computadores dos departamentos de tecnologias de informação das divisões de Aeroestruturas e Aeronaves da empresa a partir de uma pen drive nas instalações de Pomigliano d'Arco, perto de Nápoles, Itália, com um vírus troiano, que extraiu "informações classificadas de valor significativo para a empresa".

Assim, entre os 10 gigabytes de dados roubados estavam registros de gestão e recursos humanos, informações sobre aquisição e distribuição de bens de capital, bem como documentos relacionados a projeções de aeronaves civis e militares.

O malware teria infectado mais de 50 computadores pertencentes a outras empresas e profissionais envolvidos na indústria aeroespacial.

A Leonardo alegou ter sido ela quem originalmente relatou o ataque de hacking, alertando as autoridades para fluxos de dados suspeitos vindos de alguns de seus computadores em 2017. A empresa também alegou que não existiam informações classificadas e estratégicas nos computadores que foram infectados pelo malware.

A empresa prometeu continuar a cooperar plenamente com a polícia.

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