Conselho de Guardiães do Irã aprova lei que aumenta enriquecimento de urânio no país

Segundo texto da nova lei, Teerã vai dar às partes europeias do acordo nuclear um prazo de dois meses para estas aliviarem as sanções nos setores financeiro e petroleiro do país.
Sputnik

Nesta quinta-feira (3), o Conselho de Guardiães do Irã aprovou uma lei que vai suspender as inspeções da ONU em suas instalações nucleares e obrigar o governo a aumentar o enriquecimento de urânio além do limite estabelecido no acordo de 2015 caso as sanções não sejam aliviadas no prazo de dois meses, informa a agência Fars News.

O projeto de lei foi aprovado nesta terça-feira (1º) pelo Parlamento do país, que solicitou oficialmente ao presidente, Hassan Rouhani, que implemente a normativa.

Rouhani, por sua parte, criticou a iniciativa do Parlamento como "prejudicial para os esforços diplomáticos" destinados a aliviar as sanções dos EUA, revela a agência Reuters. Contudo, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, tem a última palavra em todas as políticas nucleares.

Segundo a nova legislação, Teerã dará um prazo de dois meses para as partes europeias do acordo nuclear - o Reino Unido, França e Alemanha - aliviarem as sanções nos setores financeiro e petroleiro do Irã, impostas depois de Washington abandonar o pacto em 2018.

Conselho de Guardiães do Irã aprova lei que aumenta enriquecimento de urânio no país

Além disso, o governo iraniano deverá retomar o enriquecimento de urânio a 20% e instalar centrifugadoras avançadas em suas instalações nucleares em Natanz e Fordo.

O acordo nuclear limita o enriquecimento de urânio pelo Irã a 3,67%, muito abaixo dos 20% alcançados antes do pacto. Teerã superou o limite de 3,67% em julho de 2019 e o nível de enriquecimento se manteve desde então estável em 4,5%.

O urânio de baixa concentração (de 3% a 5%) é usado para a produção de combustível de usinas nucleares. O de concentração de pelo menos 20% é normalmente utilizado em reatores de pesquisas nucleares. Já o urânio com 90% pode ser usado para a produção de armas nucleares.

Na sexta-feira (27), o principal físico do país, Mohsen Fakhrizadeh, foi assassinado no norte do Irã, fazendo com que o chanceler iraniano qualificasse o crime como "covarde ato terrorista" e denunciasse uma conspiração dos EUA, Israel e Arábia Saudita.

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