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Fiocruz alerta: sistema de saúde pública do Rio pode ter novo colapso

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou nesta quarta-feira (2) que o município do Rio de Janeiro está com um quadro de alto número de mortes em domicílios e excesso de óbitos.
Sputnik

Por essa razão, a fundação disse que a cidade pode estar vivenciando um "quadro sério de desassistência geral do sistema de saúde municipal". Segundo a Fiocruz, isso não se restringe aos hospitais, mas foca especialmente na rede de atenção básica e no sistema de vigilância em saúde.

Dados da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro mostram que, nos meses de abril a setembro, aconteceram cerca de 27 mil mortes acima do esperado, com relação aos anos anteriores. Vale lembrar que até agora a COVID-19 foi responsável por 13 mil delas.

Fiocruz alerta: sistema de saúde pública do Rio pode ter novo colapso
"Os dados mostram que, mesmo entre os casos de COVID-19 que foram internados em hospitais, a maior parte dos óbitos ocorreu fora das UTIs. O conjunto desses indicadores aponta fortemente para a incapacidade do sistema municipal de Saúde de atender a casos graves da doença", aponta a Fiocruz.

A publicação indica ainda que o Rio de Janeiro pode estar perto de um novo colapso do sistema, pois os "novos casos de COVID-19, que irão gerar maior demanda de atendimento, estão aumentando rapidamente, de forma muito preocupante", afirma Christovam Barcellos, pesquisador de saúde pública e vice-diretor do Icict/Fiocruz (Instituto de Comunicação e Informação em Saúde).

"Agora imagine com o grande aumento de novos casos de doentes por COVID-19 precisando de atendimento nos hospitais, que já estão apresentando superlotação de leitos. Podemos estar perto de um novo colapso do sistema de saúde pública do Rio", concluiu Christovam Barcellos.

De acordo com o instituto, o quadro de desassistência à saúde na cidade do Rio de Janeiro ultrapassou a de São Paulo nas últimas semanas.

Fiocruz alerta: sistema de saúde pública do Rio pode ter novo colapso
Várias doenças que aparecem entre os óbitos em excesso não foram classificadas como decorrentes da COVID-19. São diversas formas de câncer (2,5 mil óbitos), doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, entre as quais se incluem as diabetes (mil óbitos) e as doenças do aparelho circulatório, infartos e AVCs, principalmente (3,8 mil óbitos).

"Todas essas mortes em excesso podem ter sido causadas por falta de atendimento adequado e oportuno, em todos os níveis da rede de saúde, devido ao grande volume de casos de COVID-19 que encheram as unidades de saúde", sustenta a Fiocruz.

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