Mourão defendeu que a embaixada deveria ter enviado uma carta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
"É a segunda vez que o embaixador chinês reage dessa forma. Dentro das convenções da diplomacia, o camarada se sentindo incomodado com qualquer coisa que tenha acontecido no país, ele escreve uma carta para o ministro das Relações Exteriores e vai ao Itamaraty e apresenta as suas ponderações, não via redes sociais ou então vira um carnaval", afirmou.
Mourão declarou que, por ter apagado a postagem em que acusava o governo chinês de espionagem, Eduardo Bolsonaro provavelmente recebeu alguma recomendação do governo.
"Acho que o deputado, quando postou e depois apagou, acho que ele deve ter recebido alguma recomendação para retirar aquilo", disse.
Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, escreveu em suas redes sociais que o Brasil se aliaria aos Estados Unidos para manter a segurança da tecnologia 5G "sem espionagem da China". No dia seguinte, o parlamentar apagou a postagem.
A declaração gerou críticas duras por parte da embaixada da China que sugeriu a Eduardo e a outros críticos do país asiático abandonar a retórica "da extrema-direita norte-americana" para evitar "consequências negativas".
"Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos", escreveu.
Nesta quinta-feira (26), o Itamaraty criticou a embaixada da China por ter se manifestado pelas redes sociais e disse que "canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados".
"Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.