Nove soldados australianos se suicidaram em meio à divulgação de 'dossiê afegão', diz mídia

Nove militares se suicidaram nas últimas três semanas na Austrália, onde foi publicado um relatório sobre os supostos crimes de guerra cometidos por soldados australianos no Afeganistão.
Sputnik

Entre estes nove militares, oito homens e uma mulher com idades entre 20 e 50 anos, havia um veterano da guerra do Afeganistão, o soldado Shane Holt, que tirou a própria vida no dia 16 de novembro, segundo o jornal australiano Daily Mercury.

Ainda não há provas de que estas pessoas tenham algo em comum aos 39 homicídios ilegítimos de militares e civis cometidos no Afeganistão entre 2005 e 2016 por membros do grupo de operações especiais, segundo o relatório do inspetor-geral da Força de Defesa Australiana (ADF, na sigla em inglês).

No entanto, a atenção excessiva da mídia sobre a investigação e o dossiê, podem ter tido influência na ação tomada pelos nove militares.

"Acho que alguns meios de comunicação pintaram todos com o mesmo pincel e as pessoas esqueceram sobre a presunção de inocência até ser provada a culpa, o que adiciona estresse à situação", comentou Neil Wallance, ex-soldado da infantaria e advogado da saúde mental dos veteranos ao The Advertiser.

O relatório de supostos abusos cometidos pelas tropas australianas no Afeganistão é baseado no exame de mais de 20.000 documentos e 25.000 imagens, bem como em entrevistas realizadas com 423 testemunhas. O documento recomenda que o governo australiano pague indenizações às famílias das vítimas, que não eram ou deixaram de ser combatentes.

Quando o relatório foi publicado, o comandante da Força de Defesa Australiana, Angus Campbell, apresentou suas desculpas ao povo do Afeganistão "por qualquer delito cometido por soldados australianos".

Durante o período de 2005 a 2016, mais de 26.000 australianos serviram no Afeganistão, incluindo 3.000 soldados das tropas de operações especiais.

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