O governo da Etiópia disse no sábado (21) que seus militares tomaram outra localidade, Adigrat, na região de Tigré, a 116 quilômetros de Mekelle, sua capital, informa a agência Reuters.
O governo de Adis Abeba, cidade localizada 898 quilômetros ao sul de Adigrat, procura derrotar as forças rebeldes da Frente Popular para a Libertação de Tigré (TPLF, na sigla em inglês) nessa região. Não houve resposta imediata por parte dos rebeldes.
O governo federal acusa a TPLF, que controla a região, de atacar uma base militar local, chamando os rebeldes de "junta militar".
Segundo Alemayehu Tegenu, embaixador da Etiópia na Rússia, mesmo com "notícias e informações falsas difundidas nas redes sociais, e até mesmo na grande mídia" sobre o conflito, a operação foi conduzida com "o máximo cuidado para proteger os civis" na região.
Tegenu acusou a TPLF de "tentar escapar da responsabilidade pelo crime genocida que cometeu tanto na Força de Defesa Nacional Etíope quanto na população civil em Mai-Kadra".
Também no sábado (21), os rebeldes disseram que nove civis morreram como resultado de um assalto das tropas governamentais a Adigrat.
Reuters tentou verificar a informação, mas o governo e os militares não puderam ser imediatamente contactados para comentar a situação, contudo, anteriormente negaram ter civis como alvo.
Na última semana, o grupo rebelde disparou foguetes contra a vizinha Eritreia, alegando que militares desse país foram destacados e estavam lutando contra a TPLF ao longo da fronteira.
Devido às linhas telefônicas e Internet estarem em baixo desde o início do conflito em 4 de novembro, é difícil verificar as afirmações de cada lado.
Mark Lowcock, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e coordenador de Ajuda de Emergência, expressou anteriormente suas preocupações sobre a situação humanitária no norte da Etiópia.
"Peço acesso total para alcançar as pessoas necessitadas onde quer que estejam, passagem segura para os civis que procuram assistência e a segurança dos trabalhadores humanitários", disse.